O dia 17 de abril de 2016 entrou para a história do Brasil como uma data de vergonha, seja para os contrários ao golpe contra Dilma Rousseff ou para os que, até então, eram favoráveis. Foi quando 367 parlamentares usaram argumentos como “Deus” para aprovar, na Câmara dos Deputados, a abertura de processo de impeachment contra uma presidenta legitimamente eleita. Mas uma confissão reforçou o que era de conhecimento público: foi tudo armado.
A denúncia de impeachment contra Dilma Rousseff foi aceita no dia 3 de dezembro de 2015 pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na época, já se sabia que o caso só foi aberto por vingança: Cunha tentou usar o episódio como moeda de troca no Conselho de Ética na Câmara, quando dependia dos votos do PT para se safar da abertura do seu próprio processo de cassação. Mas os petistas se recusaram a se juntar ao ex-deputado.
A vingança foi confessada no último sábado (15) pelo maior beneficiado no impeachment de Dilma: Michel Temer. Em entrevista na Band, ele admitiu que a presidenta foi derrubada porque o PT não cedeu à chantagem do maior aliado do peemedebista, hoje condenado a mais de 15 anos de prisão.
“Que coisa curiosa! Se o PT tivesse votado nele naquele Comitê de Ética, seria muito provável que a senhora presidente continuasse”, disse Temer, na entrevista.
Um espetáculo armado por Cunha e referendado pelo plenário da Câmara, agora, é finalmente admitido como realmente foi. Ou seja, um espetáculo circense, onde fizeram de palhaços milhões de brasileiras e brasileiros.
Confira trecho da entrevista:
O preço do golpe
Para o advogado da presidenta no processo de impeachment, José Eduardo Cardozo, o País agora paga o preço do descaso com a democracia.
“Pagamos hoje o preço da inconsequência oportunista e da hipocrisia. A crise se agravou e os Poderes do Estado, diante do descrédito da institucionalidade, sobrevivem em conflito”, denuncia o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em artigo no site Poder360, nesta segunda-feira. “Não só não salvaram o país, como o afundaram de vez. Seguindo o programa neoliberal do candidato derrotado em 2014, o governo Temer se esforça para tirar direitos da classe trabalhadora”, “Não soluciona a crise econômica e cria uma crise social”, alerta o ex-ministro.
Destruição do Estado
Desde o “Dia da Vergonha”, instalou-se no país um processo de destruição do Estado Nacional, minando a credibilidade das instituições e atingindo a economia, a maioria dos setores industriais, os direitos sociais e a soberania. O PIB (Produto Interno Bruto) recuou 3,6% em 2016, registrando a maior recessão da história, só verificada no Brasil em 1930 e 1931. Com isso, o desemprego também bateu recorde histórico de 12,3 milhões de brasileiros fora do mercado de trabalho, especialmente mulheres, idosos, jovens, negros e pobres.
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*Colaborou Fernando Rosa