Guido Mantega abre ciclo de debates promovido pela CAE

E crescimento menor significa produção menor e mercados mais fechados”, alerta Delcídio

A crise financeira que atinge especialmente os Estados Unidos e países europeus certamente terá reflexos na economia brasileira. Apesar de o Brasil estar hoje muito mais preparado para enfrentar os problemas do que em 2008, as dificuldades estão longe de simplesmente serem ignoradas.

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), Delcídio Amaral (PT-MS) diz que para o Brasil, a crise pode significar crescimento menor. “E crescimento menor significa produção menor e mercados mais fechados”, alerta o senador. 

Em entrevista ao programa Argumento da TV Senado, ele disse considerar que, embora o País esteja atualmente mais “equipado”, com mais reservas internacionais e uma economia consistente e bem-estruturada, é importante que o Congresso Nacional e, especialmente a CAE ,estejam atentos.

Para isso, a partir desta terça-feira (23/08), a CAE se transforma num fórum de debates com autoridades envolvidas no monitoramento dos efeitos do rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos para buscar formas de enfrentamento e soluções que possam minimizar os efeitos da crise sobre a economia brasileira. 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, abre o fórum de debates. Ele fará uma avaliação sobre a crise econômica e o conjunto de medidas adotadas pelo Governo Federal para uma nova política industrial e de comércio exterior. 

Em seguida, no dia 30, deve ser ouvido pela CAE o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. O ministro do Desenvolvimento é um dos coordenadores do Plano Brasil Maior, lançado recentemente pela presidenta Dilma Rousseff com o objetivo de fortalecer a indústria, cuja participação na economia nacional tem-se reduzido nos últimos anos.

“O Brasil não é uma ilha e problemas como o rebaixamento de crédito dos Estados Unidos e a crise em diversas economias européias certamente se refletem sobre as nossas bolsas. O Brasil vai sofrer alguma consequência, sem dúvida”, alerta. 

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Cautela

O líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo, senador Humberto Costa (PE) considera que a presidenta Dilma tem se saído muito bem em apresentar para a população, de maneira clara e precisa, que não há motivo para se criar uma situação de pânico na sociedade.”Há motivos para precaução, que a população brasileira deve continuar consumindo com a cautela necessária para não sermos contaminados pela crise”, afirmou.

“O Governo já adotou medidas e está avaliando cada cenário. Como temos um mercado interno com grande potencial e que ainda se encontra em formação, sem dúvida será fundamental para enfrentar esse momento de adversidade”, afirmou. 

Humberto Costa lembra que o Brasil vive um momento econômico de crescimento auto-sustentável e com grande potencial de ampliação.”Incorporamos uma parte significativa da população brasileira ao mercado de consumo, garantimos a ampliação da renda e do número de empregos”, lembrou.

Entre as medidas já adotadas pelo governo brasileiro que garantiram o enfrentamento da crise econômica mundial, o líder do PT citou o lançamento do Programa Brasil Maior, que visa a estimular a indústria brasileira e criar barreiras para a importação desenfreada. “Ações como essa garantem o enfrentamento da recessão e nos devolvem a competitividade internacional”, comemorou.

Outra estratégia destacada pelo senador é a ampliação de limites de faturamento para a inclusão nos Programas Simples e Supersimples .”Elas fortalecem os setores que mais cresceram nos últimos tempos, que são os microempreendedores, as pequenas e médias empresas”, afirmou.

Giselle Chassot com informações da TV Senado

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Fonte: Assessoria de Imprensa da Liderança do PT no Senado

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