“Só com mais mulheres no poder poderemos falar de democracia verdadeira”. A constatação é da chefe da ONU-Mulheres, a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, que, na tarde da última quarta-feira, reuniu-se com a Bancada Feminina no Congresso Nacional. Ela está em Brasília para participar da 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que será encerrada nesta quinta-feira.
A senadora Ana Rita (PT-ES) participou do encontro e apresentou a Bachelet o trabalho que vem realizando na Comissão Especial da Reforma Política do Senado, buscando assegurar a instituição do voto em lista preordenada nas eleições proporcionais e a paridade de candidaturas entre homens e mulheres.
“Saio do encontro impressionada com o conhecimento da presidenta Bachellet a respeito da nossa realidade. O intercambio internacional é muito importante para continuarmos a avançar nas políticas de promoção e igualdade de gênero”, disse Ana Rita.
A ONU-Mulheres é a agência que promove autonomia feminina e avanços da política de gênero no âmbito das Nações Unidas. A agenda de Bachelet em Brasília é a primeira que ela cumpre na chefia da agência. Ela deverá encontrar-se com líderes da sociedade civil e será recebida pela presidenta Dilma Rousseff.
Durante o encontro com a Bancada Feminina, Bachelet destacou a importância da luta por leis que permitam igualdade entre homens e mulheres. “É urgente melhorar a representação feminina na política”, afirmou. Ela chamou a atenção para a baixa representação feminina no Congresso Nacional brasileiro, onde apenas 45 (8%) das 513 cadeiras da Câmara Federal são ocupadas por mulheres. No Senado, das 81 cadeiras, 11 delas (14%) são ocupadas por mulheres.
“Precisamos de mais mulheres nos parlamentos, mais mulheres nos partidos e nos sindicatos”, disse. A ex-presidenta do Chile destacou, ainda, barreiras que as mulheres enfrentam em cargos eletivos em questões de gênero e discriminação.
Ao falar à bancada feminina, Bachelet citou a importância da eleição da presidenta Dilma, lembrando que no mundo são poucas as mulheres a ocupar cargos de chefes de estado.
Maria da Penha
A presidenta da ONU Mulheres defendeu a lista preordenada e paridade de gênero nas candidaturas, além de dizer que a Lei Maria da Penha é uma das mais avançadas do mundo na questão de combate a violência doméstica e familiar das mulheres.
Bachellet defendeu, também, o empoderamento das mulheres e autonomia econômica. Durante a sua viagem oficial ao Brasil, a ex-presidenta do Chile conhecerá programas de transferência de renda e inclusão social e a experiência do Bolsa Família.
Fonte: Assessoria da senadora Ana Rita