“Que a morte do reitor Cancellier seja o freio das arbitrariedades e do abuso de autoridade e do ativismo judicial”, sentenciou o senador Roberto Requião ao abrir a sessão solene em homenagem ao reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Cancellier, morto no começo de deste mês.
A sessão foi requerida pelo deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP) e pelo senador Roberto Requião, que sugeriu “batizar” com o nome do ex-reitor o projeto de lei sobre abuso de autoridade, aprovado pelo Senado em abril deste ano. O reitor Luiz Carlos Cancellier se suicidou no dia 2 de outubro em Florianópolis, depois de sofrer pressão da justiça e da mídia.
O deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP) pediu que se apure as responsabilidades citando o próprio reitor que dizia que “sem o direito, prevalece a barbárie”. A presidenta da Comissão de Direitos Humanos, Regina Souza (PT-PI) lembrou ter denunciado a morte de Cancellier como primeira vítima fatal do “Estado Policial”. “Ele foi escolhido para ser culpado”, afirmou ela, ao pedir o encaminhamento de manifesto apresentado durante a sessão por um grupo de juristas que pede a apuração e punição dos culpados.
Falando como presidenta nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que era uma sessão de homenagem, mas também um grito de alerta. “Esse gesto extremo (o suicídio) chamou a atenção da sociedade para o abuso de poder e o “Estado Policial” que vivemos hoje, disse a senadora. “Temos a obrigação de combater esse retrocesso, e a melhor homenagem que podemos fazer é aprovar a Lei Cancellier”, finalizou.
O desembargador Lélio Rosa, amigo pessoal e representante da família, citando o irmão Accioli de Olivo, disse que Cal – como era chamado – foi vítima de um ritual macabro, citando a sessão de humilhação e tortura a que foi submetido durante a prisão.Também falaram os senadores Humberto Costa (PT/PE) e Vanessa Graziotin (PCdoB), além do líder Lindbergh Farias (PT/RJ), aproveitando aparte ao deputado Paulo Teixeira, para solidarizar-se com os familiares e pedir justiça.