A greve da Polícia Militar da Bahia chamou a atenção do País para a necessidade de um debate profundo que formule soluções de fôlego para a Segurança Pública. O alerta é do senador Walter Pinheiro (BA), líder da Bancada do PT no Senado. “Não podemos reduzir o tema à questão salarial. Temos que buscar mudanças estruturais”, defendeu, em discurso na Tribuna do Senado, nesta terça-feira (14/02).
“Foram dias terríveis”, admitiu o senador. “Mas temos que extrair deles as lições necessárias à sua superação, em vez de apostar na caça às bruxas”. Para isso, ele propõe um esforço conjunto de governo, parlamento e sociedade para aprofundar a discussão com vistas à construção de um novo modelo de Segurança Pública.
“Não adianta tratar da questão pontualmente”, sob o impacto de fatos isolados, alerta Pinheiro. “Nosso desafio é estruturar a Segurança Pública para responder à capilarização das ações do crime organizado, que se deslocam dos grandes centros para as pequenas cidades” e compreender o papel do crack como elemento aliciador e combustível dessa nova postura da criminalidade.
Ele elogiou a “condução firme” dada pelo governador da Bahia, Jaques Wagner, à greve da Polícia Militar. Ao agir de maneira “diligente e contundente para assegurar os interesses da população”, Wagner contribuiu para o debate nacional. “Ficou claro que o movimento estava sendo articulado também em Alagoas, Ceará, Maranhão, Rio de Janeiro e Pernambuco e que a questão não pode ser tratada como apenas salarial”.
Pinheiro lembrou que o Plano Plurianual (PPA) 2012/2015, aprovado no final do ano passado e do qual foi relator, já prevê a implantação de centros de monitoramento de emergências, capazes de atender, de maneira integrada, ocorrências nas áreas de saúde, trânsito e segurança. São centrais acionadas por meio de um número único de telefone, como já acontece em países como os Estados Unidos, onde o senador esteve, em novembro de 2011, conhecendo o serviço das centrais de Nova Iorque e Miami.