Moradores quilombolas denunciam pelo menos 15 vazamentos na cidade de Barcarena, no Pará, desde a inauguração da Hydro Alunorte, em 1995. A mineradora é uma empresa de economia mista, controlada pelo governo da Noruega que tem a maioria das ações. O último vazamento nas barragens de rejeitos de bauxita da mineradora foi em fevereiro deste ano.
A comunidade quilombola de Burajuba, tem mais de 200 anos, fica próxima à mineradora e é uma das afetadas pelo vazamento. Antes da Hydro se instalar na região viviam na comunidade mais de 220 famílias e a renda vinha por meio da pesca de peixe e camarão, e do cultivo de frutas, como o açaí, castanha do Pará, uxi e pupunha, vendidos nos mercados de Belém.
“O que nós queremos é um projeto de desenvolvimento sustentável para que a gente possa voltar a viver da pesca, da roça. Queremos a despoluição do Rio, um tratamento de esgoto e que a Hydro indenize a comunidade. Queremos uma vida mais digna”, destaca o tesoureiro da Associação dos Moradores Quilombolas da Comunidade de Burajuba, Arnaldo Lobo Martins.