Brasil poderá ajudar zona do euro a sair da crise diz ministro da Fazenda

Segundo Mantega, a ajuda se dará mediante duas contrapartidas:a reforma no sistema de cotas do FMI e que os países da zona do euro contribuam mais com seus próprios fundos de ajuda.

O Brasil e outras nações em desenvolvimento poderão ajudar a Europa a sair da crise financeira que se abateu sobre o continente. Este indicativo foi apresentado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na Cidade do México, durante um encontro de ministros das Finanças do G20.

Mas o auxílio, segundo o ministro, só se dará mediante duas contrapartidas. A primeira delas é que a reforma no sistema de cotas do FMI seja levada adiante a fim de permitir que os países em desenvolvimento ganhem mais poder dentro do Fundo. E a segunda, é que os países da própria zona do euro contribuam mais com seus próprios fundos de ajuda. “Os países emergentes somente ajudarão sob duas condições: primeiro que eles (os países da zona do euro) reforcem sua rede de proteção (o fundo europeu de ajuda aos países em dificuldades) e segundo, que a reforma do FMI seja implementada”, afirmou.

Outros ministros presentes no encontro também deram declarações semelhantes à de Mantega. George Osbourne, ministro das Finanças da Grã-Bretanha, cobrou maior participação da zona do euro no Fundo Europeu de Estabilização Financeira – fundo criado no ano passado para ajudar os países da região com dificuldades para pagar suas dívidas. “Estamos preparados a considerar (aumentar) os recursos do FMI, mas apenas depois de vermos a cor do dinheiro da zona do euro, que ainda não vimos. Apesar de haver muitas coisas a discutir nesta conferência do G20, não acho que veremos nenhum recurso a mais prometido aqui, porque os próprios países da zona do euro não se comprometeram com recursos adicionais. Esse problema vai ser claramente estabelecido aqui no México”, disse Osbourne.

Otimismo

Antes de embarcar de volta para o Brasil, Guido Mantega ainda se mostrou otimista em relação à economia mundial. “A economia mundial está muito mais sólida hoje a partir dos esforços onde todos ajudaram, embora não tenhamos equacionado todos os problemas”, avaliou.

Segundo ele, houve um aumento da confiança nos mercados de que o pior não vai acontecer. “Os bancos estão mais capitalizados, têm mais recursos. No lado financeiro (europeu) há uma série de pontos a avançar. Não há interbancário funcionando ainda. Começam agora a surgir recursos de volta dos Estados Unidos. Os hedge funds começam a colocar recursos de volta. Ou seja, houve aumento de confiança de que o pior não vai acontecer e de que estamos na rota adequada”, sustentou.

 Com informações da Agência Estado e BBC Brasil

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