Sétima economia do mundo, Produto Interno Bruto quadruplicado, dívida líquida do setor público reduzida à metade. Este era o Brasil presidido por Luiz Inácio Lula da Silva, o homem que agora ocupa uma cela de 15 metros quadrados na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR), quartel general da Operação Lava Jato, condenado sem provas e sem direito ao cumprimento de todas as etapas de seu processo.
“Os brasileiros precisam lembrar o que tinham em 2002 e refletir sobre o que construíram” durante o período dos governos petistas, defende o senador Jorge Viana (PT-AC). “Será que isso caiu do céu ou foi fruto de um governo que pacificou o País e que colocou o Brasil numa marcha de desenvolvimento, de crescimento?”.
Para Viana, é provável que não seja apesar disso, mas por causa disso, que Lula esteja agora sob uma prisão política que revolta democratas no mundo inteiro. A classe dominante, ressaltou ele, não aceita que “um país seja reconhecido no mundo por ter feito a inclusão de 50 milhões de pessoas”
Prosperidade
Em pronunciamento ao plenário, na última segunda-feira (9), o senador lembrou alguns números que atestam a prosperidade alcançada pelo Brasil a partir do primeiro governo Lula e ao longo dos governos petistas. Como o PIB, por exemplo, que cresceu de R$1,4 trilhão para R$ 4,8 trilhões em 2013, no primeiro mandato de Dilma Rousseff.
Um dado da economia nos últimos 20 anos mostra bem a evolução do País no que diz respeito à qualidade de vida das pessoas e ao aceso à alimentação e a bens básicos. O crescimento médio do consumo das famílias em oito anos (1995/2002) do governo de Fenando Henrique Cardoso (PSDB) foi de 2,07% ao ano, contra 4,5% ao ano nos dois mandatos de Lula (2003/2010).
E a média de FHC consegue chegar abaixo da metade da de Lula apenas porque é largamente inflada por um pico observado no primeiro ano após o Plano Real, quando o consumo das famílias cresceu 8,6% e voltou a despencar: a média dos sete anos seguintes é pífia: apenas 1,4%.
Bancos públicos
Durante os governos petistas, recorda Jorge Viana, o lucro do BNDES saltou dos R$ 500 registrados em 2002 (último ano de FHC) para R$8 bilhões em 2013, ficando 16 vezes maior. “Talvez esse trabalho de ter transformado o BNDES em um dos maiores bancos do mundo é que tenha levado o presidente Lula à cadeia”, questiona o senador.
Os governos petistas foram um período de pujança para todos os bancos públicos: o lucro do Banco do Brasil saltou de R$2 bilhões em 2002 para R% 15 bilhões em 2013. Já a Caixa Econômica Federal viu sua lucratividade crescer de R$ 1 bilhão para R$6,7 bilhões no mesmo período.
Vida melhor para todos
Viana ressaltou que não foram apenas os muito pobres — pela primeira vez colocados como prioridade de um governo — que conheceram uma vida melhor no período inaugurado no primeiro governo Lula. “Lamento que as pessoas de classe média tenham ficado com medo [num clima de] ‘agora, eu, que tenho o meu carro, vou ter que dividir as ruas com os pobres andando de carro?’ Eles não aceitam. Eles nunca aceitaram!”.
Só para ficar no exemplo citado pelo senador, foi nos governos petistas que o acesso ao automóvel próprio deixou de ser “luxo” para se tornar uma possibilidade para quem mora na periferia e passou a chegar mais cedo em casa após a jornada de trabalho. A produção de veículos do Brasil era de 1,8 milhão, ao final do governo FHC, e chegou a 3,7 milhões de carros por ano, no governo Lula “Quantos empregos isso gerou? Quantos brasileiros passaram a ter mobilidade? Talvez por isso, pela intolerância, é que o Presidente Lula esteja encarcerado”.
No campo do emprego, não há sequer como comparar a era FHC e a era petista. Sob governo tucano, o País amargava 12% de desempregados, taxa que caiu para menos de 5% no governo Dilma, até que fosse deflagrada a sabotagem que pavimentou o caminho do impeachment. “E lembrem-se do salário mínimo, que saltou de R$ 200 para R$700. Talvez por isso Lula esteja preso!”, concluiu o senador.