A substituição do senador Romero Jucá (PMDB-RR) na liderança do Governo no Senado foi “importante para oxigenar” as relações, mas não deve afetar a convivência do Executivo com a base aliada. Essa é a avaliação do líder do PT na Casa, Walter Pinheiro. Em discurso na noite da última terça-feira (13/03), ele descreveu Jucá como um líder “leal ao governo e eficiente no seu trabalho”. Ponderou, porém, que “cada coisa tem seu tempo. Chega uma hora em que é hora”.
“É uma passagem de bastão. Das crises saem boas soluções”, afirmou Pinheiro. Referindo-se ao episódio que teria precipitado a saída de Jucá — a derrota do governo na votação da indicação de Bernardo Figueiredo para a Agência Nacional de Transpores Terrestres, na última quinta-feira (08/03) — o líder do PT citou o conselho dado ao colega de bancada, Lindbergh Farias (PT-RJ), inconformado com o resultado da votação: “Calma. Do limão a gente pode ganhar uma boa limonada”.
Segundo Pinheiro, “naquela noite de choro, o meu companheiro Lindbergh me ligava insistentemente. Ele queria já destronar um bocado de gente, já mover peças”. Do líder do PT, o senador carioca ouvia sucessivas ponderações: “Calma! Amanhã está para chegar!”.
“Chegadas e partidas”
Do também peemedebista Eduardo Braga (AM), escolhido para substituir Romero na Liderança do governo, Pinheiro espera uma convivência afinada. “Eduardo é habilidoso. Com certeza, poderá se mover, no interior desta Casa, com firmeza e com conhecimento de causa. Orgulha-me muito ter como minha liderança o Senador Eduardo Braga”.
No mesmo rol das “chegadas e partidas”, o líder do PT também comentou a troca da Liderança do Governo na Câmara dos Deputados. Lá, Arlindo Chinaglia (PT-SP) substituiu o companheiro de bancada Cândido Vacarezza. “A vida é assim, de encontros e despedidas”, refletiu Pinheiro, citando a canção celebrizada por Milton Nascimento.
Ele declarou-se otimista com os trabalhos do executivo neste novo período, “mesmo num ano de dificuldades, tanto pela crise econômica quanto de redução do espaço de ação, por conta do período eleitoral”. “Minha esperança é que a gente consiga botar para andar direitinho esse trem velho nosso aqui”.
Cyntia Campos
