“Chega de empurra-empurra. Quem tem sede não pode esperar!”. O protesto indignado do líder do PT, Walter Pinheiro (PT-BA), nesta quarta-feira (04/04) na tribuna do Senado, expressa a impaciência com o que ele chamou de “a letargia da burocracia” que tem retardado a liberação de recursos para ações emergenciais que permitam à população de 70% do território baiano atravessar a pior seca dos últimos 30 anos.
“Seca não é brincadeira. Quero respostas eficazes e ações concretas, para poder transmitir alguma esperança a essas pessoas”, afirmou o parlamentar. A expectativa, destacou, é que a estiagem persista por pelo menos mais 60 dias. E, além das obras estruturais em curso, essenciais para permitir a convivência com o fenômeno, é urgente levar água e comida que assegure a sobrevivência de milhões de nordestinos.
A seca, que levou 75 municípios baianos a decretarem estado de emergência – hoje são 45 cidades -, já havia sido motivo de cobrança do líder do governo para a realização de ações emergenciais, mas sobretudo de políticas de prevenção.
“Não quero combater a seca, porque não sou maluco. Seca não se combate, convive-se com ela, por meio de ações perenes”, alertou Pinheiro, lembrando que o governo da Bahia vem tocando uma série de obras de adutoras, capazes de levar água e irrigação às lavouras da região. “Mas até tudo isso ficar pronto, o governo federal precisa ser ágil no atendimento da emergência”.
O senador não aceita mais as justificativas que tem ouvido de alguns ministérios, que alegam “limites financeiros”, ou “falta de documentos’ para liberar os recursos emergenciais. “Ações de defesa civil não podem estar submetidas a limites financeiros. Estamos falando de vidas em risco. Que Páscoa terão esses milhões de nordestinos?”, protestou Pinheiro.
Cyntia Campos
Leia o discurso do senador Walter Pinheiro
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