“O SUS tem de garantir programas que estimulem a pratica da atividade física e, ao mesmo tempo, orientar a população a se alimentar de forma adequada”, disse.
O aumento da obesidade e do sobrepeso entre os brasileiros, comprovado pela pesquisa divulgada na última terça-feira (10/03) pelo Ministério da Saúde, deve servir de alerta para a importância de políticas públicas que incentivem a atividade física e à boa alimentação. Essa é a opinião do senador Humberto Costa (PT-PE), médico e ex-ministro da Saúde, idealizador das Academias da Saúde.
“Em vários países, principalmente em economias desenvolvidas, a obesidade é um grave problema de saúde pública. No Brasil, nós já temos situações que começam a nos preocupar. O crescimento no número de pessoas com sobrepeso e daqueles que apresentam o quadro de obesidade mórbida mostra uma tendência preocupante”, destaca Humberto.
A pesquisa demonstra que 48,5% dos brasileiros estão acima do peso e que os percentuais de obesidade e sobrepeso estão crescendo. Humberto Costa defende que o Sistema Único de Saúde (SUS) mantenha campanhas frequentes de esclarecimento sobre bons hábitos alimentares e que o Estado ofereça alternativas para que a população possa ter acesso à prática regular de atividades físicas.
“O poder público tem que fazer um trabalho de esclarecimento, por intermédio da promoção da saúde das pessoas, demonstrando os riscos da obesidade e mostrando como evitá-la através de práticas de exercícios físicos, com alimentação balanceada. O SUS tem de garantir programas que estimulem a pratica da atividade física e, ao mesmo tempo, orientar a população a se alimentar de forma adequada”, aponta.
Um bom exemplo são as Academias da Saúde – espaços públicos equipados para a prática de exercícios físicos, com a presença de orientadores – que estão sendo implantadas em todo o país pelo Ministério da Saúde. O programa é inspirado na Academia da Cidade, concebida por Humberto em sua gestão à frente da Secretaria de Saúde do Recife (PE), entre 2000 e 2003. Nessas academias, a população tem acesso não só a equipamentos para realizar atividades físicas, mas também a orientação nutricional, oficinas de artes cênicas, danças e palestras. A experiência também foi adotada pelo Governo de Pernambuco.
O crescimento econômico e a melhoria do padrão de renda da população – 38 milhões de brasileiros ascenderam à classe média, na última década – são fatos a ser comemorados, mas exigem atenção, já que o aumento do padrão de consumo não deve representar apenas o aumento da quantidade do consumo de alimentos, mas também da qualidade nutricional.
“Durante muito tempo, boa parcela da população não tinha acesso a uma alimentação de qualidade, pela absoluta carência de recursos. E tendo recursos, a tendência é que façam uma alimentação muito mais concentrada em açucares, calorias que fazem com que até aqueles considerados pobres, hajam pessoas consideradas obesas”, frisa.
Quanto ao papel do Congresso Nacional, o senador entende que as leis existentes são suficientes para orientar sobre como devem se portar as escolas públicas em relação à alimentação.
“Leis existem e definem como devem se portar as escolas públicas com relação à alimentação. Elas preveem a criação de programas que contem com a participação de nutricionistas e que estejam articulados com o Programa Saúde da Família”, avalia.
Com informações da assessoria do senador Humberto Costa
Ouça entrevista com senador Humberto Costa
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