A manutenção do forte crescimento no consumo das famílias brasileiras deve continuar a ser puxado pelo aumento no ritmo de expansão da renda, influenciado pela alta de 14,1% no salário mínimo em 2012 frente a 2011. A previsão é do estudo Informe Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (12/04), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Apesar disso, a CNI espera desaceleração na trajetória de aumento dos preços. E reduziu a previsão da taxa de inflação até o final deste ano para 5%. No final de 2011, a previsão era de 5,2%. O centro da meta definido pelo Banco Central é de 4,5%. No ano passado, a inflação ficou em 6,5%.
Segundo explicou o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo BrancoCastelo Branco, os produtos industriais são os que mais contribuem para essa desaceleração. “O setor de serviços é o que ainda sustenta a trajetória de forte elevação dos preços, pois há três meses os preços de produtos industriais estão baixando”, pontuou ele.
A expectativa de redução do ritmo de crescimento da inflação fez também com que a CNI revisse para baixo as projeções para a taxa básica de juros (a Selic), de 10% ao ano na previsão de dezembro para 9%.
Aumento da Renda e do emprego
A entidade prevê que o ritmo de elevação dos empregos formais pressionará os salários para cima, mas não afetará a inflação. As estimativas da entidade são de que a taxa de desemprego caia de 5,9% no ano passado para 5,5% em 2012.
O estudo aponta um aumento dos investimentos diretos de 5,6% este ano na comparação com 2011, contra 5% estimados em dezembro. No ano passado, os investimentos se elevaram em 4,7%.
Valorização cambial e exportações
Entre os problemas da conjuntura econômica brasileira, o estudo da confederação aponta que a queda dos juros básicos, combinada com um déficit público elevado – previsto em 2,45% do PIB – deve manter a valorização do real, o que prejudica a competitividade da indústria brasileira. A estimativa é de uma taxa cambial de R$ 1,80 durante o ano, patamar semelhante ao do fim de 2008.
Segundo o Informe Conjuntural, a valorização cambial continuará contribuindo para o maior crescimento das importações sobre as exportações. Se houver aumento moderado dos preços em 2012, as exportações atingirão US$ 275 bilhões, alta de 7,4% em relação a 2011.
Já as importações totalizarão US$ 255 bilhões, expandindo-se de 12% mais sobre o ano passado. Com isso, o saldo comercial ficará menor que em 2011, atingindo US$ 20,8 bilhões, contra US$ 29,8 bilhões no ano passado.