O aumento da intolerância no país precisa ser um problema encarado pelo Congresso Nacional, segundo o senador Paulo Rocha (PT-PA). Em discurso ao plenário, nesta quinta-feira (14), ele cobrou dos colegas ações que ajudem a coibir a violência proveniente dos discursos de ódio.
“Cai sobre nós, parlamentares, ter responsabilidade com o nosso país. Não podemos deixar o Brasil retroceder a níveis de violência e intolerância que já tínhamos ultrapassado”, disse o petista, referindo-se ao período de perseguições políticas na ditadura militar.
O senador lembrou casos de violência que chocaram o país e se relacionam direta ou indiretamente ao clima de polarização política. Além dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes por motivações políticas – o caso completou um ano hoje, Paulo Rocha lembrou ainda o ataque ontem de dois jovens a uma escola em Suzano (SP), que resultou em oito mortes.
“Não podemos deixar que visões autoritárias, de ódio, possam superar a vontade da maioria. A nossa gente quer paz, quer dignidade para o seu povo, quer um futuro feliz para a nossa juventude. A nossa juventude está sendo ceifada”, afirmou.
Ele disse ainda que o mais estarrecedor é o discurso intolerante ser incentivado por autoridades do alto escalão.
“O que nos estarrece mais é que a violência é pregada, inclusive, por altas autoridades do nosso país. […] O que nós vemos, a partir do Palácio do Planalto, é o armamento do povo como sugestão de solução. Estão incentivando o ódio contra mulheres, contra negros, contra o público LGBT e até contra quem se veste de uma cor que identifica uma posição política. ”
Ao invés de armar a população, o petista sugeriu que se trabalhe um projeto de país que inclua a educação como norte para a solução dos problemas de violência no Brasil.
“É preciso dar oportunidade para todos e fortalecer cada vez mais a educação. Isso não apenas ajudará na formação do caráter da nossa juventude, mas também na formação profissional. É preciso prepará-los e incluí-los no processo de desenvolvimento com crescimento econômico, distribuição de renda e oportunidade para todos. Assim, a gente vai construir um país com um povo digno e uma sociedade feliz”, finalizou o parlamentar.