Incitado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, comentou a decisão da presidente Christina Kirchner de reestatizar a maior empresa de petróleo da argentina: a YPF. Para o governista, o país vizinho tem direito de tomar esse tipo de decisão. “Reconheço que os países têm a sua soberania e podem decidir do modo que bem entenderem dentro de sua legislação interna. Em relação ao Brasil, já houve algo parecido na Bolívia. E nem por isso nós complicamos as nossas relações”, afirmou em uma audiência da Comissão de Meio Ambiente (CMA).
Lobão destacou que o País tem “um bom relacionamento” com a Argentina e não vê motivos para sobressaltos. “Estive recentemente com a presidente Kirchner e falamos um pouco sobre a Petrobras. Continuamos sendo amigos e operando com as nossas empresas. Não creio que haja qualquer problema futuro da Petrobras na Argentina. Nós temos uma rede de postos de distribuição de combustíveis de 79 unidades e existe também a exploração de petróleo na Argentina e nós seguiremos dentro da normalidade”, afiançou.
Para justificar a decisão, a presidente argentina disse que era uma questão de soberania nacional. Disse que o grupo petroleiro espanhol Repsol levou ao aumento da importação, por não investir na produção de petróleo e gás do País.
Embora já esteja valendo, a mudança ainda passará decisivamente pelo aval do Congresso Nacional da Argentina. O projeto estabelece que a expropriação de 51% das ações da Repsol na YPF, sendo que o Estado ficará com 26,01% do total e as províncias produtoras com 24,99%.
Catharine Rocha