Os 100 dias de governo Bolsonaro, completados nesta quarta-feira (10), foram marcados, na avaliação do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), pela inabilidade do presidente e dos seus ministros, idas e voltas sem fim, polêmicas constrangedoras, incompetência, bravatas para esconder a inoperância da gestão e a completa paralisia do país. “São cem dias sem trabalho, sem nada a apresentar. Ou o governo muda e trabalha ou o povo vai trabalhar para mudar o governo urgentemente”, afirmou.
Para Humberto, o governo conseguiu errar bastante em praticamente todas as áreas possíveis, o que causou uma paralisia total no país e muita descrença no povo brasileiro que busca um emprego e uma renda melhor.
“A única proposta que eles têm a apresentar é a reforma da Previdência, que espolia os trabalhadores, especialmente os mais pobres. Não há nada de concreto para melhorar a vida da população”, declarou.
O senador ressaltou que, das metas estabelecidas pelo próprio governo para os 100 dias, somente um terço foi cumprido, o que é prova maior da total inoperância da gestão.
“É uma lamentável administração de recuos e confusões. Há uma total inaptidão para governar. O governo Bolsonaro é o retrato de uma cruzada medieval contra inimigos inexistentes, que é uma espécie de cortina de fumaça para tirar o foco da população da incompetência do governo”, disparou.
Segundo ele, não à toa, é a gestão mais rejeitada da história, criticada, inclusive, por quase metade daqueles que votaram em Bolsonaro nas eleições de 2018.
No discurso no plenário do Senado, Humberto pontuou os equívocos cometidos por Bolsonaro e sua equipe em cada área da gestão. Ele lembrou, por exemplo, que, na política, o destaque ficou com a falta de articulação com o Congresso e um excesso de escândalos.
Teve de tudo, segundo o parlamentar: envolvimento com milícia, disputas internas, brigas ideológicas rasas, bate-cabeça, demissão de ministros e atos midiáticos sem eficiência nenhuma.
Humberto lamentou os erros cometidos pelo Palácio do Planalto também na política externa, em que as medidas do governo envergonham e diminuem o país. “A tradição nas relações exteriores foi rasgada, com um Itamaraty errático e um ministro remanescente da Guerra Fria. Houve patacoada na Venezuela, submissão aos Estados Unidos, entrega do patrimônio nacional e agressão à China e ao mundo árabe. É lamentável”, comentou.