Quem aposta que as investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a apurar a relação de políticos e empresários com o contraventor Carlinhos Cachoeira vão dominar as atividades do Senado nos próximos meses poderá se surpreender. Para Walter Pinheiro, líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo, o Senado tem capacidade de trabalho suficiente para dar seguimento a outras pautas de interesse da nação, como o novo pacto federativo que envolve a discussão de temas como a indexação das dívidas dos estados, o comércio eletrônico, a nova sistemática de distribuição de recursos dos fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM) e os royalties do petróleo.
Na manhã desta quinta-feira, antes da leitura do requerimento que cria a CPI mista, por exemplo, o Senado promoveu reuniões em diversas comissões temáticas. Na de Infraestrutura, por exemplo, os senadores iniciaram o debate sobre a matriz energética brasileira, fundamental para o desenvolvimento. Também se discutiu a necessidade de incrementar o investimento nas ferrovias como a Transnordestina, a Fico, a Norte-Sul, a Oeste-Leste, da Bahia, que sai de Tocantins e atravessa todo o estado baiano, uma ferrovia de integração. “Vamos discutir as propostas do pacto federativo e encaminhamos o trabalho sobre esses temas para o próximo período”, afirmou.
Segundo Pinheiro, no momento em que o Congresso Nacional lia o requerimento da CPI, o Conselho de Ética do Senado estava exercendo sua função que é avaliar a quebra de decoro parlamentar por parte de um senador nesse episódio de denúncias que tem assustado a todos.
O líder considera que a própria CPI mista dará a oportunidade para construir um novo momento no País, não só com a apuração das denúncias contidas nos documentos das operações da Polícia Federal, mas também punir os verdadeiramente envolvidos no esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira.
Marcello Antunes