O atual governo segue firme no objetivo de destruir conquistas do povo brasileiro, sociais, econômicas e culturais. Afronta a democracia, subtrai direitos, ataca movimentos sociais, enfraquece a soberania do País. Parecem não ter limites no desejo de entregar tudo à iniciativa privada, ao mítico mercado, como se fosse possível acabar com o papel do Estado, demonizado a cada minuto, como demonizada está a política.
Avançam no projeto de destruir a educação, comprometendo o acesso e permanência de milhares de jovens no ensino público. Hoje, estudantes, professores/as e servidores/as do ensino estão mobilizados em todo o País na Greve Nacional da Educação. Trata-se de um legítimo protesto ao contingenciamento nos investimentos educacionais, que afeta de forma mais as universidades e os institutos federais. O corte maior se concentra no orçamento das universidades federais da Bahia (UFBA), de Brasília (UnB) e Fluminense (UFF), instituições que ostentam excelentes indicadores de qualidade educacionais, avaliados pelo próprio Ministério da Educação, bem como de rankings externos, a exemplo do Ranking Universitário Folha (RUF) e da Times Higher Education (THE).
Trata-se de uma medida totalitária contra as universidades como espaços livres e democráticos. Ao invés de dialogar, os atuais governantes preferem perseguir e retaliar a liberdade e a autonomia universitária, garantida pela Constituição. São marcas de um governo inimigo da educação, da cultura, da civilização, que afronta a vocação do Brasil de ser fraterno e solidário.
A manifestação de hoje é a marca de uma resistência crescente diante da tentativa de desmonte da educação, o principal instrumento para emancipação humana. Enfraquecer o ensino e o pensamento crítico integra o projeto de fazer do Brasil uma Nação destruída, apequenada, voltada a poucos, com miséria por todo lado, um Estado distópico, quintal do mundo.
Muito provavelmente, se o atual presidente tivesse participado dos debates eleitorais e apresentado esse projeto, não teria sido eleito. Agora quer implementar uma agenda que não é a esperada pela população. Todos queremos mais segurança, mais saúde, mais educação e mais serviços públicos de qualidade. A educação resiste e é em sua defesa que seguiremos trabalhando e construindo um Brasil de oportunidades para todas as pessoas.
Artigo publicado originalmente no jornal O Povo