Juros para o consumidor e inadimplência caem; crédito sobe

Relatório do Banco Central mostra números positivos para o consumidor brasileiro. O levantamento divulgado ainda não reflete as reduções dos juros feitas pelos bancos.

Dados divulgados pelo Banco Central, nesta quarta-feira (25/04), revelam que a população brasileira pagou juros mais baixos em março deste ano, com taxa de inadimplência menor e crédito em expansão.

As taxas de juros ao consumidor recuaram de 45,4% ao ano, em fevereiro, para 44,4% ao ano no mês passado. No caso das empresas, a redução foi de 28,6% para 27,7%. A queda é consequência dos cortes na taxa básica de juros, a Selic. Desde agosto do ano passado – quando a Selic estava em 12,5% ao ano -, o BC tem promovido uma contínua redução da taxa – hoje em 9 por cento ao ano. Na sua última reunião, na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic em 0,75 ponto percentual, deixando a porta aberta para novas reduções.

Os bancos públicos – Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal – deram início ao processo de redução dos juros no início deste mês. A estratégia levou os bancos privados a também anunciar a queda nos juros. Mas, esse efeito ainda não pode ser notado nos dados divulgados hoje pelo BC.

O spread (diferença entre o custo dos bancos para captar recursos e o que cobram na ponta, de consumidores e empresas) ficou em 28 pontos percentuais no mês passado, abaixo dos 28,5 pontos percentuais registrados em fevereiro.

Crédito

A nota divulgada pelo BC diz ainda que as operações de crédito apresentaram “expansão acentuada” em março. O movimento veio das operações com pessoas jurídicas, que ficaram 2,8 por cento maiores frente a fevereiro. Segundo o BC, o crédito total disponibilizado pelo sistema financeiro no Brasil subiu 1,7 por cento em março, chegando a 49,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), ou 2,07 trilhões de reais.

No crédito direcionado o aumento veio dos financiamentos habitacionais, que cresceram 2,9 por cento no mês passado, e empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que subiram 2,4 por cento no período.

Entre pessoas físicas, os empréstimos aumentaram 1,1 por cento em março. Nesse segmento, no entanto, o BC verificou recuo de 0,8 por cento no cheque especial e de 1 por cento no cartão de crédito. Os financiamentos direcionados à aquisição de veículos aceleraram no mês passado, com alta de 0,7 por cento, maior que o acréscimo de 0,4 por cento em fevereiro.

Inadimplência

Outro dado positivo é em relação à inadimplência dos consumidores ficou em 7,4% no mês passado, pouco abaixo de fevereiro, quando o percentual foi de 7,6%. No caso das empresas, o atraso de mais de 90 dias nos pagamentos se manteve em 4,1%.

Com agências onlines

Veja a íntegra da Nota à Imprensa de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro Nacional, divulgada pelo BC.


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