O senador Jorge Viana (PT-AC) voltou à tribuna do plenário para elogiar a vitória conquistada pela presidenta Dilma Rousseff na ofensiva pela redução dos juros ao consumidor brasileiro. “A presidenta está certa. O Brasil precisa de mais investimentos, de uma economia mais forte e só com consumidores, só com o cidadão sendo respeitado e tendo crédito. E é bom que os bancos privados, que já ganharam tanto, colaborem com o nosso Brasil neste momento tão especial para todos os brasileiros”, afirmou.
Os bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – anunciaram duas reduções de suas taxas de juros no cheque especial, no crédito pessoal, crédito consignado e na compra de casa própria, além das taxas para empresas. Eles foram seguidos por parte das instituições privadas como Bradesco, Itaú e HSBC.
Mas, apesar da comemoração, Jorge Viana revelou que os bancos estão fazendo imposições, desta vez aos clientes, para promover a queda dos juros. Segundo ele, as instituições financeiras estão exigindo contratos de fidelidade de conta bancária. “Só não vale algo que é tão bom vir acompanhado de condicionantes que, no fundo, redundam em uma espécie de novo consignado que os bancos apresentam. Isso não podemos aceitar”, alertou. “Ou seja, por enquanto, alguns bancos estão fazendo de conta que estão baixando juros”, disse.
Ao anunciar que os bancos públicos reduziriam as taxas, o governo recusou uma série de condições impostas pelas instituições privados. A lista de 20 exigências para reduzir o spread bancário (diferença entre o que o banco paga para captar dinheiro de investidores e o que cobra de juros dos tomadores de empréstimos), apresentada pela Febraban, incluía a redução de impostos e do depósito compulsório (dinheiro que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central), além de medidas para reduzir a inadimplência, entre outras condições.
A recusa do governo a essas exigências foi considerada acertada pelo senador Viana em seu primeiro discurso sobre o assunto, quando lembrou que, em 2011, o setor bancário liderou o lucro no País – os bancos tiveram ganhos de R$ 49 bilhões no ano passado, alta de 14,4%.
Custo real
Segundo Viana, não faz sentido o Brasil manter uma taxa de juros recorde, pois a inflação está sob controle – a estimativa do Banco Central para 2012 é de que a taxa inflacionária estará no centro da meta de 4,5%. “Não tem sentido nós pagarmos, o cidadão pagar, o juro mais caro do mundo na hora de comprar um utensílio doméstico, na hora de adquirir um veículo, na hora de pegar um empréstimo para enfrentar problemas financeiros. Os juros são absurdos”. Para ele, o “Custo Brasil real” é o alto custo do dinheiro pago por todos.
Artigo da revista The Economist, do dia 20 de abril, citado pelo parlamentar acreano, mostra que o spread bancário no Brasil varia de 30% a 35%. Segundo a matéria, a média dos outros países da América Latina é de 5% e dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), está próxima de 3%.
Jorge Viana ressaltou ainda que a “campanha” por juros mais baixos promovida pelo Governo Federal tem o apoio da mídia brasileira, dos trabalhadores e do setor produtivo. Vários jornais publicaram elogios à iniciativa bancada pela Presidenta Dilma, e em especial, os editorais da Folha de S Paulo e de O Globo, foram elogiados pelo senador.
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