A nova reportagem do Intercept/Folha traz diálogos que mostram uma articulação de Moro junto a procuradores da força-tarefa, principalmente Deltan Dallagnol, para vazar dados da delação da Odebrecht sobre a Venezuela que estava sob sigilo.
Somados às outras conversas vazadas, os diálogos inéditos mostram que Moro agiu não como juiz, mas sim como chefe da força-tarefa, colocando em xeque a conduta imparcial que deveria ter.
“Talvez seja o caso de tornar pública a delação dá Odebrecht sobre propinas na Venezuela. Isso está aqui ou na PGR?”, sugeriu Moro a Dallagnol em 5 de agosto de 2017.
Um ano antes, executivos da empreiteira tinham fechado um acordo com a Lava Jato e admitido que tinham pago propina a outros governos, além do Brasil, com o objetivo de obter benefícios em negociações. Um desses países seria a Venezuela de Nicolás Maduro.
As conversas indicam que o próprio chefe da força-tarefa, Dallagnol, tinha ciência que o vazamento das informações sobre a Venezuela, que estavam sob sigilo, era ilegal.