A prisão do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, foi pedida pela deputada Celina Leão (PSD-DF), no último dia 18, com base na suposta violação de dados pessoais de adversários políticos. A ação da parlamentar nasceu a partir de informações de uma reportagem da revista Veja, também envolvida nas investigações da Polícia Federal sobre a organização criminosa do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlos Cachoeira.
De acordo com essa reportagem, do mês de abril passado, o governo manteria dois policiais do setor de inteligência na Casa Militar do Palácio Buriti, a sede do governo do Distrito Federal, para espionar adversários políticos. Eles também foram acusados pela revista de terem utilizados computadores para verificar dados do Infoseg – sistema de responsabilidade do Ministério da Justiça que reúne informações sobre todos os brasileiros, desde número de documentos pessoais até endereços e pendências judiciais.
Segundo a revista, “o núcleo de inteligência do gabinete do governador do Distrito Federal” obteve dados do vice-governador do DF, Tadeu Filippelli. Os dois policiais também foram acusados pela revista de acessar informações pessoais do deputado federal Fernando Francischini (PSDB`-PR)
A susposta espionagem motivou a criação da CPI das Escutas, aprovada pela Câmara do DF no mês passado. Na época da denúncia, o porta-voz do GDF, Ugo Braga, afirmou que apenas dados do deputado Francisco Francischini (PSDB-PR) e do jornalista Edson Sombra – ligado ao ex-secretário do GDF Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM – foram acessados por “terem feito ameaças ao governador ou a seus familiares”.
Celina Leão transferiu-se recentemente para o PSD, vinda do PMN, partido da deputada Jaqueline Roriz, de quem foi chefe de gabinete.