A economia rural foi essencial para que o País pudesse resistir à crise internacional mantendo o ritmo do crescimento, da geração de empregos e da melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Isso reforça a importância de uma pronta resposta do Governo Federal no socorro às regiões afetadas por transtornos climáticos, como é o caso do Nordeste, que sofre com uma das maiores secas das últimas décadas.
O alerta foi feito nesta quinta-feira (03/05) pelo líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (PT-BA), que voltou a cobrar agilidade na chegada do socorro às populações atingidas. “Recurso emergencial tem que chegar rápido”, afirmou Pinheiro, em discurso ao Plenário. O senador elogiou a liberação, pelo governo federal, de R$ 2,7 bilhões para ações de convivência com a seca no Nordeste e cobrou que as medidas decididas e anunciadas se materializem prontamente, sem esbarrarem em trâmites burocráticos.
O senador, ex-secretário de Planejamento do Estado da Bahia, destacou o papel desempenhado pela agricultura familiar e pelo agronegócio baianos para “segurar a economia estadual”, a partir da eclosão da crise econômica internacional. “O campo foi decisivo para enfrentar a crise”.
Pinheiro reiterou a necessidade de acelerar a distribuição de cestas básicas e o abastecimento de água com carros pipa nos 266 municípios baianos atingidos pela seca — que ocupam 70% do território do estado—mas destacou também a urgência da liberação de recursos para as grandes obras, iniciativas de fôlego para assegurar a convivência da população com as estiagens.
O governo da Bahia está concluindo a primeira etapa de uma dessas obras, no Aquífero Tucano, que vai trazer a água do subsolo para abastecer a lavoura, a criação e as casas de milhões de baianos. Em encontro com a presidenta Dilma Rousseff, Pinheiro cobrou a liberação dos recursos para a segunda etapa dessa obra, que terá um custo total de R$ 600 milhões.
Crédito e anistia
Ele também anunciou que pretende apresentar emenda à Medida Provisória 565, que está sob análise de uma Comissão Especial Mista de deputados e senadores, prevendo a renegociação da dívida dos agricultores prejudicados pela seca. “Temos que prever ainda uma anistia, já que muitos desses agricultores não puderam colher suas safras, e também um crédito de emergência, para que essas famílias possam comer”.
Esse crédito emergencial, destacou Pinheiro, terá também a capacidade de movimentar a economia das regiões afetadas, estagnadas pelo desastre climático. “Seiscentos reais na mão de cada família é um reforço à atividade econômica. Mas mais importante que esse dinheiro entrando na economia é que ele chegue à barriga das pessoas, na forma de comida”.