O deputado federal Enio Verri (PR) será o novo líder do PT na Câmara no ano legislativo de 2020, sucedendo ao deputado Paulo Pimenta (RS), que ocupou a Liderança no biênio 2018/19.
“Entre os desafios de 2020, está o fortalecimento da oposição ao governo Bolsonaro e às suas diretrizes que só geram desemprego, miséria e concentração da renda”, afirmou o líder eleito. “Nós, do Partido dos Trabalhadores, temos nossa proposta concreta para gerar empregos e renda, retomar as obras públicas e o desenvolvimento do País; há alternativa ao desastre em curso no País”, completou.
A primeira ação apontada por Enio Verri é o Plano Emergencial de Emprego e Renda, elaborado pelo PT, o qual possui nove diretrizes e capacidade de gerar 7 milhões de vagas de trabalho a curto e médio prazo. A proposta é uma iniciativa do Partido em parceria com a Fundação Perseu Abramo, bancadas no Congresso e Instituto Lula para apontar caminhos para o País sair da estagnação econômica do desgoverno Bolsonaro.
Reforma tributária
Outra iniciativa estratégica para tirar o Brasil do atoleiro atual é a implementação de uma ampla reforma tributária que, entre outras coisas, corrija as distorções do atual sistema, no qual pobre e classe média pagam proporcionalmente mais impostos do que os ricos. “Em pleno século XXI, um novo sistema tributário é necessário para corrigir as distorções, já que desde a Constituição de 1988, nenhuma mudança substantiva foi efetuada”, assinalou o deputado.
Para Enio Verri, 2020 pode ser o ano da reforma tributária, já em tramitação na Câmara dos Deputados (PEC 45/2019). A oposição já tem uma emenda substitutiva global surgida a partir de trabalhos técnicos feitos por amplos segmentos- de auditores fiscais a secretários estaduais de Fazenda, governadores e prefeitos.
Unidade da esquerda
Para o próximo ano, o novo líder destacou a importância da continuidade da coesão e unidade da bancada petista no Congresso Nacional, em sintonia fina com os outros partidos de esquerda – PCdoB, PSOL, PDT, PSB e Rede – e parlamentares progressistas e democratas de outros partidos.
“No atual momento histórico, é importante a união da esquerda e também a atuação conjunta com parlamentares progressistas que podem se juntar a nós em defesa de valores centrais para o futuro do Brasil, como direitos sociais, trabalhistas e econômicos da população, bem como a defesa do meio ambiente, da floresta amazônica, da soberania nacional, das empresas estatais e públicas e das riquezas nacionais”, afirmou Enio Verri.
Ele frisou também que a oposição tem papel importante para resgatar a política externa tradicional do País, antes respeitada e hoje motivo de chacota em todo o mundo. “Nessa área, é um retrocesso abissal”, disse. Ele citou como exemplo o fato de o Brasil ter passado vergonha na 25ª Conferência Mundial sobre o Clima, encerrada no domingo (15), em Madri. Lá, o Brasil ganhou, pela primeira vez, o ‘Prêmio Fóssil’ pelo conjunto da obra do governo Bolsonaro: o desmonte de todo o sistema ambiental que resultou no aumento de queimadas e desmatamento.