As duas únicas testemunhas arroladas pelo senador Demóstenes Torres (ex- DEM–GO) para defendê-lo das acusações de que teria ferido o decoro parlamentar ao se relacionar com o bicheiro Carlinhos Cachoeira abandonaram o barco. Tanto o advogado Ruy Cruvinel quanto o contraventor Carlos Augusto Ramos – o Carlinhos Cachoeira – recusaram o convite do Conselho de Ética para depor na condição de testemunhas de defesa.
Cruvinel entregou, na noite de segunda-feira (21/05), um ofício que o livrou do depoimento marcado para esta terça-feira (22/05). Cachoeira, que ficou calado no depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) conseguiu uma revisão da decisão judicial que determinava uma escolta judicial para trazê-lo ao Senado nesta quarta-feira (23/05). Fica livre, assim, de falar ao Conselho de Ética.
Para garantir o direito de não comparecer, a defesa de Cachoeira também encaminhou ofício à secretaria do colegiado. Como o acusado não pode pedir a substituição de testemunhas – essa é uma prerrogativa garantida apenas ao próprio Conselho – aparentemente, não há quem fale a favor do senador.
O relator do processo no Conselho, Humberto Costa (PT-PE) já adiantava, na manhã de hoje, que o não-comparecimento das testemunhas de defesa prejudica apenas o senador Demóstenes. Humberto reitera que a falta desses depoimentos não alterará o prazo de entrega e votação do relatório final do processo. Ele espera que o caso esteja encerrado – com a votação final no plenário do Senado – antes do recesso parlamentar marcado para a segunda metade do mês de julho.
Giselle Chassot
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