Segundo Alexandre Tombini, a taxa de inflação |
O Banco Central divulgou, nesta sexta-feira (13), o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) que avalia o desempenho de três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária. Esse índice serve como antecedente para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB). E pelo resultado de outubro, com crescimento da atividade de 0,77% em relação a setembro – o maior crescimento desde abril deste ano, tudo indica que a oposição verá seu discurso de que a economia não vai bem cair por terra.
Enquanto os sinais de recuperação de países desenvolvidos são moderados, discretos, como é o caso dos Estados Unidos e de países da Zona do Euro, o Brasil está seguindo um ritmo cujo resultado poderá surpreender os negativistas. A expansão da atividade econômica neste ano está melhor do que no ano passado. Em relação a outubro de 2012, houve crescimento de 3,82% (sem ajustes). No ano, por exemplo, a atividade econômica cresceu 2,81% e, em doze meses encerrados em outubro, o avanço foi de 2,44%.
De acordo com os balanços trimestrais das empresas relativos ao terceiro trimestre deste ano, a recuperação é notada em diversos setores. A taxa de desemprego, ao redor de 5%, é significativa por mostrar que apesar das dificuldades econômicas que o Brasil enfrentou – maior protecionismo de alguns consumidores de produtos brasileiros -, as contratações e abertura de novos postos de trabalho continuaram. Ao mesmo tempo, a massa salarial dos trabalhadores permaneceu num ritmo crescente durante este ano.
É verdade que o PIB teve um recuo de 0,5% no terceiro trimestre, mas no acumulado do ano a expansão ficou em 2,4%, influenciada principalmente pela atividade do setor agropecuário que cresce com taxas chinesas, acima de 8%. A inflação pressionou os preços dos alimentos no começo deste ano e forçou a ação de política monetária do Banco Central, com o aumento dos juros para a casa dos 10% ao ano. Ao enfrentar a inflação, o IPCA se afastou do teto da meta de 6,5% ao ano e tende a fechar este ano ao redor de 5,8%. Segundo o presidente do Banco Central, ministro Alexandre Tombini, o acompanhamento da inflação é diuturno e há sinais de retração.
O nível de crédito para as empresas e para as pessoas físicas está em crescimento sustentável e a inadimplência vem caindo, um sinal extremamente positivo para a abertura do ano de 2014. A massa salarial cresce, as pessoas quitam suas dívidas e a confiança dos empresários e das pessoas em relação à economia melhora diariamente. Se houvesse desconfiança, na prática os investidores estrangeiros não enxergariam o Brasil como uma ilha de bons negócios e sequer estariam presentes nas licitações de rodovias, aeroportos, portos; no leilão do campo de Libra para exploração de petróleo na camada do pré-sal, só para citar alguns exemplos. Os empresários do setor da indústria, se estivessem levando ao pé da letra o noticiário econômico que despeja pessimismo diário aos seus leitores, também não estariam comprando novas máquinas e equipamentos para melhorar a produção de suas fábricas.
Neste ano o investimento da indústria cresceu 18% até o final de setembro e a taxa de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) acumula alta de 6,4%, três vezes mais do que a variação do PIB. E, quando essa taxa cresce, maior é sua contribuição para a formação da riqueza do País. Portanto, o índice IBC-Br divulgado hoje, até outubro, pode melhorar mais quando a atividade econômica apontar o desempenho dos meses de novembro e dezembro. Não se deve esquecer que o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, muito criticado durante este ano, confirmou que o crescimento da economia quando comparada quadrimestralmente, veio num ritmo próximo a 4%. E os fundamentos para uma recuperação melhor ainda em 2014 estão colocados na mesa.
Marcello Antunes
Veja o relatório do Banco Central