A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu, de acordo com reportagem da revista Época, relatórios para ajudar a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas”. O órgão do governo federal mostrou aos advogados como procederiam para obter os documentos que viabilizassem um pedido de anulação da investigação, que envolve o ex-assessor Fabrício Queiroz.
Com a divulgação da reportagem nesta sexta-feira (11), o senador Rogério Carvalho (SE), líder do PT, acionou, com toda a bancada petista, o Supremo Tribunal Federal (STF) para cobrar explicações sobre o desvio de função da agência.
“Por muito menos as instituições democráticas fizeram o impeachment da Dilma. Fica claro que investigar e punir no Brasil se trata de uma questão política. Lula paga por isso até hoje. Mas no caso da Abin, vamos ao STF cobrar que se instaure investigação para apuração do fato, que é grave e pode representar a ocorrência de crimes”, disse.
Os dois relatórios da Abin, obtidos pelo jornalista Guilherme Amado, tiveram sua autenticidade confirmada pela defesa de Flávio Bolsonaro. Os documentos trazem um detalhamento realizado pelo órgão, que aponta uma suposta “organização criminosa” atuando na Receita Federal. Os advogados do filho do presidente dizem que esse grupo teria feito um “escrutínio ilegal” em seus dados para basear o relatório que sustenta o inquérito das rachadinhas.
Entretanto, os documentos contradizem o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, que negou publicamente a atuação da Abin e do setor de inteligência do governo na defesa do senador investigado.
A Abin deixa explícito seus objetivos com os relatórios, em um dos documentos. Em um campo intitulado “Finalidade”, relata: “Defender FB (sigla para o nome do senador) no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”.
Confira a íntegra da reportagem da revista Época
Com informações de agências de notícias