Para senador, novas mídias surgem como canal alternativo para exercício da democracia
Viana: críticas da oposição à Petrobras têm |
A entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos blogueiros foi o tema do pronunciamento do senador Jorge Viana (PT-AC) nesta quarta-feira (8). O parlamentar destacou que o uso das novas mídias como canal de comunicação com a sociedade, no exato instante em que o Congresso debate o marco civil da internet é, um exercício de democracia muito importante e um sinal de que é possível passar uma mensagem por meio da rede mundial de computadores.
“O Presidente Lula falou de tudo e todos”, resumiu o senador, que destacou a sensação de que a torcida do “quanto pior, melhor” se alastra pelos jornais. “Parece até que o Brasil é um país amaldiçoado. Eu nunca vi isso. Eu nunca vi tanto desamor pelo nosso País”, reclamou. Viana questionou a interpretação, dada pela mídia, de que o PT não aceita debater questões relacionadas à Petrobras.
“Eu assinei a CPI, mas uma CPI que apure desvio de dinheiro público federal. Não há problema. Há 4 itens que eles queriam apurar da Petrobras. Nós dissemos: vamos colocar mais um, a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, vinculada diretamente à Petrobras”, explicou.
Viana lembrou que o PT acrescentou apenas um item à lista do que deve ser investigado: apurar também os fatos determinados conhecidos, vinculados ao escândalo dos trens do metrô em São Paulo. “Mas isso não pode, é proibido também! Não pode, só se for o PT; só fica bom se for para xingar o PT”, reclamou.
Para o senador, a postura pessimista sobre a empresa é tanta que “fica parecendo, depois de ouvirmos alguns colegas do PSDB ou da oposição, uma empresa que está falindo”. Jorge Viana lembrou que a empresa chegou a enfrentar problemas, sim, mas na época em que os tucanos eram governo.
“A Petrobras, quando eles (os oposicionistas) governavam, era uma empresa pequena diante do mundo – grande para nós brasileiros. Querem discutir o quê? O número de funcionários? Eram 40 mil. Agora, com o nosso, são 86 mil. Querem discutir o lucro da Petrobras? Era de R$ 8 bilhões por ano. Agora, é de R$ 25 bilhões por ano”, recordou.
Viana lembrou ainda que os investimentos na empresa cresceram e que isso pode estar incomodando os adversários do governo. “Talvez o medo seja de que a Petrobras, com o pré-sal, possa de fato mudar a história da educação no Brasil. Mudar a história, porque só se muda de fato, na realidade, a história de uma nação, de uma sociedade, se for através do conhecimento, da educação”, comentou.
Além do pessimismo reinante e da má vontade da mídia, Viana comentou outros aspectos da entrevista de Lula, entre eles a adoção de dois pesos e duas medidas com relação ao mensalão do PSDB. “O mesmo Supremo que julgou pessoas que não tinham foro privilegiado é o que diz: não, no mensalão do PSDB o tratamento tem de ser diferente, tem de ser pela Justiça Comum, em Minas Gerais”.
Viana também enfatizou que o mensalão mineiro ocorreu cinco anos antes dos fatos que geraram a Ação Penal 470, que condenou dirigentes petistas. “E o presidente Lula diz: é incrível que não se encontrou um parlamentar que recebesse mesada, mas o nome ficou mensalão; e é incrível que muitas pessoas sem foro privilegiado foram julgadas sem direito a nenhum recurso”, concluiu.