Líderes de vários países comentaram nessa segunda (8) a anulação das condenações da Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Da França, Jean-Luc Mélenchon, do partido França Insubmissa, atacou os membros da operação. “Após cinco anos de perseguição, todas as ações judiciais contra Lula da Silva foram anuladas! Lula está livre. O ‘juiz’ Moro e sua gangue repudiados. A magistratura brasileira recusa-se a fazer o trabalho político sujo”.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, foi duas vezes ao Twitter. “Tão feliz! Justiça é feita para @LulaOficial”, escreveu a socialista na primeira postagem. Na segunda, lembrou que há pouco mais de um ano, em 3 de março de 2020, entregou ao brasileiro o título de cidadão honorário de Paris, concedido pelo Conselho de Paris, órgão equivalente a uma Câmara de Vereadores.
“Um ano atrás, eu entreguei para @LulaOficial a Cidadania Honorária da Cidade de Paris na Câmara Municipal. Uma memória maravilhosa. Justiça foi feita a ele ontem. Que ótimas notícias!”, disse Hidalgo. A honraria foi entregue em razão do “engajamento de Lula na redução das desigualdades sociais e econômicas no Brasil” e também por sua política “contra as discriminações raciais”.
O ex-primeiro-ministro da Itália Enrico Letta, que já havia manifestado publicamente seu apoio a Lula, também celebrou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. “Anuladas na Corte Suprema as condenações de Lula. Feliz por ele, feliz pelo Brasil”, escreveu o ex-premiê, que em 2018 se uniu a outros cinco ex-líderes de países da União Europeia para escrever uma carta cobrando que o brasileiro participasse das eleições.
Da Espanha, o líder do Podemos, Pablo Iglesias, ressaltou as implicações políticas da perseguição a Lula. “O ‘ lawfare’ contra Lula, para impedi-lo de ser candidato e abrir caminho para a extrema-direita, exemplifica o novo ‘modus operandi’ das grandes potências. No final das contas não deu em nada, mas hoje manda Bolsonaro no Brasil. Agora é para ganhar, Lula. Punho levantado”, indicou Iglesias. O Podemos faz parte da coalizão do governo do premiê Pedro Sanchez, do PSOE, tradicional partido de centro-esquerda que governa hoje a Espanha.
Já a deputada portuguesa Joana Mortágua indicou que a prisão de Lula faz parte do “ golpe contra a democracia no Brasil”. “A anatomia completa do golpe contra a democracia no Brasil está por conhecer, mas é certo que passou pela decisão política de prender Lula da Silva. Passo a passo, essa injustiça vai sendo denunciada e corrigida”, disse a deputada do Bloco de Esquerda, cuja mensagem foi republicada por Lula.
Vizinhos mandam mensagens denunciando o lawfare
Nas redes sociais, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse que a justiça foi feita. “Celebro que Lula tenha sido reabilitado em todos os seus direitos políticos. Foram anuladas as condenações contra si, que foram ditadas com o único fim de persegui-lo e eliminá-lo da carreira política foram. Fez-se justiça! Lula Livre”, afirmou Fernández.
Segundo o perfil oficial de Lula no Twitter, Fernández também ligou para ele. Recentemente, em 22 de fevereiro, o presidente argentino participou do evento online que comemorou os 41 anos do Partido dos Trabalhadores. Na ocasião, ele defendeu a liberdade de Lula e criticou a Justiça e a direita brasileira.
“Agora, graças a Deus aparecem as provas de como foi a perseguição a Lula. Eu celebro isso, porque sempre confiei em Lula. E muitos me criticaram. O tempo me deu razão”, declarou Fernández no evento do PT.