auxílio emergencial

Auxílio de R$ 600 é impositivo para conter infecções e mortes

Governadores, parlamentares, centrais sindicais, movimentos sociais e pesquisadores defendem o benefício
Auxílio de R$ 600 é impositivo para conter infecções e mortes

Foto: Agência PT

Um tsunami de indicadores negativos na economia reforça a percepção de que o “novo” auxílio emergencial que deve começar a ser pago em abril é mais afronta que solução para as famílias mais pobres do país. E cresce a campanha pelo retorno de, pelo menos, o valor original do benefício, de R$ 600, contra o qual o desgoverno Bolsonaro luta desde a eclosão da pandemia, no ano passado.

Ao longo da última semana, uma série de iniciativas reforçou a luta pelo auxílio de R$ 600, como defende o PT. Na quarta (24), uma carta assinada por 16 governadores foi enviada aos presidentes da Câmara e do Senado pedindo apoio à reivindicação.

“Entendemos que a redução dos valores do auxílio emergencial é inadequada para a eficácia da proteção da população. Enquanto a vacinação não acontecer em massa, precisamos garantir renda para a população mais vulnerável”, defende a nota. Assinaram o texto os nove governadores do Nordeste, além dos chefes de governo do Amapá, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Com a crise da pandemia e a falta de peças, sete montadoras decidiram parar a produção e dar férias coletivas. São mais de 300 mil mortes causadas pela Covid-19; 12 milhões de casos. Temos quase 20 milhões de desempregados; 60 milhões na pobreza. Se nada for feito, o Brasil caminhará para uma convulsão social”, alertou o senador Paulo Paim (PT-RS).

No mesmo dia, centrais sindicais e movimentos sociais promoveram o ‘Dia de Luta em Defesa da Vida, da Vacina, do Emprego e do Auxílio Emergencial de R$ 600 – Lockdown Nacional’. Durante a live do evento, a representante do Fórum Nacional de Governadores, Fátima Bezerra (PT), considerou inadmissível o corte do auxílio.

“O povo merece respeito. Só um governo que não tem a sensibilidade de entender o drama que as famílias de baixa renda passam toma uma atitude de tanto desprezo como foi suspender o auxílio em dezembro”, criticou a governadora do Rio Grande do Norte, para quem “sem suporte social para famílias de baixa renda, não haverá condições de segurar medidas restritivas por mais tempo”.

Em meio às chantagens e protelações do desgoverno Bolsonaro, para finalmente voltar a pagar o auxílio emergencial, governadores de vários estados prorrogaram as complementações ao benefício federal que adotaram no ano passado.

No Ceará, o governador Camilo Santana (PT), criou um programa de renda para trabalhadores desempregados do setor de bares e restaurantes. Depois, estendeu o benefício para o setor de eventos. O governo do Maranhão seguiu o exemplo e anunciou que também lançará os dois auxílios emergenciais no estado.

Luta no Congresso
“Esse governo é um completo desastre e o povo paga a conta. Não há qualquer perspectiva para amenizar o caos diante da constante campanha negacionista de Bolsonaro e sua incapacidade de comprar vacinas para imunização em massa. Fora que ele não tem propostas para aquecer a economia que afunda dia a dia”, denunciou o deputado federal Ricardo Zarattini (PT-SP).

Em live nas redes sociais, o deputado Carlos Zarattini (PT/SP) destacou que o cenário caótico em que o país vive hoje é agravado pela lentidão do governo em adotar medidas de controle da doença e amparo das famílias em vulnerabilidade social. Segundo ele, 67 milhões de brasileiros estão sem receber o auxílio emergencial.

A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, por sua vez, classificou de “vergonhoso” o orçamento aprovado pelo Congresso para 2021. “Com desemprego recorde no país, base bolsonarista corta dinheiro do seguro desemprego, abono salarial, aposentadorias. Aumenta verbas para emendas parlamentares e salários militares, alheia à tragédia que vive o país”, publicou em seu perfil no Twitter, nessa sexta (26).

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