Senador lamentou violência que manifestantes praticaram na noite de quinta-feira, na capital paulista
Suplicy: manifestações realizadas por meios pacíficos |
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lamentou, em pronunciamento ao plenário, a repetição das cenas de depredação ocorridas na noite de terça-feira (15), em São Paulo, após um protesto contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. Depois de percorrerem a Avenida Paulista e a Avenida Rebouças, duas importantes vias da capital paulista, manifestantes vestidos de preto e identificados como black blocs deslocaram-se para a Avenida Eusébio Matoso e “resolveram atacar, depredar algumas agências bancárias, utilizando-se de violência”, segundo o relato do senador.
“Eu quero muito, à luz de tudo aquilo sobre o que temos refletido e pregado, dizer o quão importantes são as manifestações dos jovens, do povo brasileiro, mas, sobretudo, é preciso mais uma vez recomendar que tais manifestações sejam realizadas por meios pacíficos”, afirmou Suplicy. O senador faz votos de que o significado da Páscoa, que será celebrada pelos católicos neste domingo (19), seja apreendido pelos manifestantes.
Citando uma mensagem recebida pelo teólogo Leonardo Boff, Suplicy destacou a condição laica e pluralista do estado brasileiro, mas lembrou que a Páscoa, embora uma festa religiosa, “tem um significado secular e social, porque representa valores importantes para todos ,como compromisso contra qualquer tipo de opressão”. O senador lembrou que, para os judeus, a celebração está associada à libertação de seu povo da escravidão no Egito.
“Então, se os jovens estão realizando manifestações por se sentirem humilhados e querem valorizar a liberdade, a luta pela libertação, a esperança de superarem situações de dificuldades, é importante que se manifestem, mas é importante que o façam da maneira mais civilizada e com não violência”, afirmou o senador.
José Dirceu
Também evocando o clima da Páscoa, Suplicy fez um apelo ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, “para que, numa atitude humanitária e compreensiva”, atenda ao parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, favorável a que o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, possa cumprir pena efetivamente no regime ao qual foi condenado, que é o semiaberto. Desde 15 de novembro do ano passado, Dirceu, condenado na ação penal 470—o chamado “mensalão” — está em regime fechado no presídio da Papuda, em Brasília.
“Que Dirceu possa trabalhar”, defendeu Suplicy. O ex-ministro, que é advogado, tem a possibilidade de trabalhar como assessor jurídico em um escritório da capital federal. O senador fez votos de que Barbosa possa, “sem qualquer ressentimento”, atender ao parecer de Janot.
Cyntia Campos