Preocupado com falhas no Plano Nacional de Imunização, o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Humberto Costa (PT-PE), solicitou à Defensoria Pública da União (DPU) e à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público (PFDC – MPF) que determinem ao governo federal a realização de campanhas publicitárias para incentivar e alertar a população sobre a importância da vacinação e de tomar as duas doses dos imunizantes. Segundo dados do Ministério da Saúde, 1,5 milhão de pessoas não tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19 no prazo estabelecido pelos laboratórios. Em Pernambuco, mais de 68 mil pessoas estão com a segunda dose atrasada.
Para Humberto, o número expressivo de brasileiros que está com o calendário de vacinação incompleto evidencia a falta de informação dos brasileiros sobre a pandemia e aponta para a necessidade urgente de ação do governo federal. “Para comprar e propagar o uso de remédios que não têm nenhuma eficácia contra o coronavírus, a gestão de Bolsonaro não mediu esforços. Fez aplicativo, contratou influenciadores digitais, lançou campanha, mas, para o que realmente importa e que tem poder efetivo de salvar vidas, que é a imunização da população, o governo patina. Não é por acaso que estamos vivendo esse caos, com mais de 3.000 mortes por dia e o avanço crescente da pandemia no país, enquanto o resto do mundo tem tido bons resultados no controle da doença”, avaliou o senador, que é ex-ministro da Saúde.
Humberto também pediu à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal que investigue possíveis omissões do governo Bolsonaro no processo de vacinação e que analise se, de fato, a gestão destinou aos estados a segunda dose dos imunizantes no tempo determinado. O intervalo entre as duas doses da vacina da AstraZeneca é de 84 dias. No caso da CoronaVac, 28 dias. O atraso na vacinação pode prejudicar a imunização.
“Não podemos permitir que, por incompetência ou descaso do governo Bolsonaro, o processo de vacinação fique ainda mais prejudicado. O Brasil tem urgência. Já não aguentamos mais contar os caixões”, disse.