Suplicy repete Daniel Alves |
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) manifestou solidariedade ao ala da Seleção Brasileira e do Barcelona, Daniel Alves, alvo de um ato de racismo, no último domingo (27), em uma partida do time catalão contra o Villa Real, na Espanha. “Daniel, esse grande jogador, respondeu de forma criativa e corajosa, apanhando e comendo a banana que foi atirada por um torcedor”, registrou Suplicy, em pronunciamento na tribuna da casa nesta segunda-feira (28). Antes, o senador já havia aderido ao movimento iniciado pelo atacante Neymar nas redes sociais, que postou uma foto também comendo uma banana, em solidariedade a Daniel.
A foto de Suplicy comendo a banana, postada no Facebook, na manhã desta segunda-feira, já havia sido compartilhada por 1.451 internautas, recebido 9.037 “curtidas” e 338 comentários — com uma expressiva maioria de apoios ao gesto do senador — no momento em que ele tratava do tema em plenário. “Fico impressionado com a força das redes sociais”, afirmou Suplicy, que desde fevereiro vem sendo usuário assíduo dessas ferramentas e considera que elas são um espaço importante para se divulgar iniciativas relevantes como essa de combate ao racismo.
Haitianos
Suplicy visita paróquia: solidariedade aos haitianos |
Em seu discurso, o senador também comentou o recente atrito entre os governos de São Paulo e do Acre em decorrência da chegada de cerca de 400 refugiados haitianos à capital paulista, vindos do estado amazônico. Ele elogiou a postura humanitária do governador acriano, Tião Viana (PT), cuja administração vem acolhendo e alimentando os refugiados — mais de 20 mil, até o momento — que entram no Brasil pelo município de Brasileia (AC). No último sábado, Suplicy visitou a Paróquia de Nossa Senhora da Paz, em São Paulo, onde o Padre Paulo vem liderando as ações de amparo aos hatianos recém-chegados a São Paulo.
Suplicy rechaçou as palavras da secretária de Justiça do governo de São Paulo, que comparou o governador Tião Viana a “um coiote”— integrante das redes clandestinas que favorecem o trânsito de imigrantes ilegais — e lembrou que o Brasil, na condição de signatário de acordos internacionais de amparo a refugiados, sejam eles vítimas de perseguições políticas ou religiosas ou de grandes catástrofes, não pode fechar a porta para a entrada dos haitianos, que fogem da devastação de seu país, agravada pelo terremoto de dezembro de 2010.
“O Acre reconhece o valor da vida de cada pessoa, como disse mais cedo o senador Jorge Viana (PT-AC), e isso precisa ser respeitado e louvado”, afirmou Suplicy. Ele registrou a correspondência recebida nesta segunda-feira do secretário de Direitos Humanos do Município de São Paulo, Rogério Sotilli, dando conta das ações desenvolvidas pela prefeitura paulistana para amparar os haitianos recém-chegados. Segundo ele, a maior urgência é na expedição da documentação desses refugiados, já que a maioria é de trabalhadores qualificados e já há um grande número de empresas interessadas em contratá-los.
Cyntia Campos