Senadores do PT reagiram à conduta do presidente Jair Bolsonaro, que voltou a promover aglomerações no Rio de Janeiro, neste domingo (23), desrespeitando medidas sanitárias ao posar ostensivamente sem uso de máscara. “Deboche! Falta de respeito! Irresponsabilidade! Bolsonaro e sua turma não se incomodam com quase 450 mil brasileiros mortos”, criticou o líder da Minoria, senador Jean Paul Prates (PT-RN). “Parece que trabalham a favor da pandemia”.
“Bolsonaro comemora a inauguração da terceira onda do Covid-19 no Rio de Janeiro ontem”, desabafou o senador Rogério Carvalho (PT-SE). “A farra com dinheiro público por Bolsonaro custou meio milhão de reais. Isso daria para pagar 2 mil auxílios emergenciais para brasileiros que estão passando fome neste momento”.
“Temos um presidente que trabalha incansavelmente a favor do vírus”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE). Ele cobrou das Forças Armadas explicações sobre a conduta do general Eduardo Pazuello, que não apenas participou de ato político com Bolsonaro, como subiu no palanque para fazer discurso, o que é vedado pela legislação e afronta a Constituição. “Ninguém mais duvida sobre a quem Pazuello obedece”, disse o senador.
Jean Paul Prates criticou duramente o ex-ministro da Saúde, que depôs à CPI da Covid na semana passada. “Ao infringir o código militar para participar de manifestação, Pazuello nos prova que usou do habeas corpus para mentir na CPI da Covid. Disse defender o uso de máscaras e ser contra aglomerações, mas provoca mais uma folia com a vida do povo brasileiro”.
O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), quer reconvocar o general para prestar novamente um depoimento à comissão. “A participação do ex-ministro em ato reforça a necessidade de ouvi-lo mais uma vez”, defendeu.
Rogério Carvalho adotou o mesmo tom e cobrou uma manifestação do Comando do Exército. “Está na hora de as Forças Armadas definirem se estão a favor do Brasil ou no palanque da morte e do fascismo”, disse o parlamentar. “Um general que participa de um evento político não respeita a Constituição, está no regulamento disciplinar. As Forças Armadas precisam dar exemplo de institucionalidade com Pazuello”.