Jair Bolsonaro prepara mais um golpe cruel contra a população brasileira, mas, como sempre, mente e diz que se trata de algo bom. A mentira que ele e sua equipe econômica contam é a de que, a partir de novembro, o valor do Bolsa Família subirá de R$ 192 (benefício médio pago atualmente) para R$ 300. A verdade, porém, é: milhões de pessoas que hoje recebem o auxílio emergencial serão completamente abandonadas bem no fim do ano, perto do Natal.
O “aumento do Bolsa Família” é só a forma de Bolsonaro desviar a atenção do fato de que, em outubro, o governo vai acabar com o auxílio emergencial, que hoje paga R$ 300 para 39 milhões de pessoas. A partir de novembro, esses R$ 300 serão pagos apenas para os beneficiários do Bolsa Família, que são 14,6 milhões. Ou seja, mais de 24 milhões estão à beira do abandono completo.
Mesmo que Bolsonaro cumpra a promessa de incluir as pessoas que estão na fila de espera há anos, aumentando os atendidos para 16 ou 17 milhões, o total de abandonados ficará em torno de 22 milhões. “É a maior exclusão da história da proteção social do Brasil”, afirma a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello, que debate o tema no programa TvPT na Câmara, que vai ao ar às 19h desta segunda-feira (20) (assista abaixo).
A exclusão dessas dezenas de milhares de pessoas certamente aumentará ainda mais a miséria no Brasil. Em 2020, quando o auxílio emergencial era de R$ 600 e beneficiava 68 milhões de brasileiros (medida adotada apenas porque o Congresso Nacional obrigou o governo), 9,8 milhões de pessoas estavam abaixo da linha da pobreza no Brasil. O governo, no entanto, após interromper o pagamento do auxílio, o reduziu para os atuais R$ 300 e 39 milhões de beneficiados. Resultado: hoje 27,7 milhões vivem na miséria. Com o novo corte, quantos serão?
E essa não é a única mentira que Bolsonaro tem contado sobre o Bolsa Família. Mais grave ainda é o fato de que, ao substituir o programa pelo Auxílio Brasil, o atual presidente desmonta toda a rede de proteção social implementada no governo Lula e fortalecida por Dilma Rousseff (leia mais aqui) e ataca principalmente os direitos das mães e das crianças, acabando de vez com políticas como o Brasil Carinhoso, que garantia creches para centenas de milhares de crianças.