Foto: Alessandro Dantas
Neste mês de novembro, as atenções do mundo estão totalmente voltadas para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP26, que acontece em Glasgow, na Escócia. Lideranças políticas do mundo estão reunidas debatendo os desafios que a pauta ambiental apresenta, neste momento de emergência climática, além de ações necessárias para uma transição ecológica, essencial para a preservação do Planeta. Para nós do Brasil, o desafio é ainda maior, uma vez que somos governados por um pensamento retrógrado, de destruição, que vai na contramão do restante do mundo.
Como presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, estou participando presencialmente da COP26. Nos encontros, tenho defendido que os debates devem ser orientados por um tripé que compreenda a sustentabilidade sob os pontos de vista ambiental, social e econômico. É notório que países em desenvolvimento foram brutalmente atingidos pela pandemia, enquanto países mais ricos tiveram capacidade para reagir, tanto nas políticas de suporte à população, quanto nas medidas de retomada do crescimento.
Como o avanço humano sobre o planeta pode provocar novas pandemias, chamo atenção para o desafio climático que todos conhecemos e também para o desafio econômico. O abismo entre países de economia desenvolvida e em desenvolvimento não pode ser barreira para atingirmos as metas do Acordo de Paris. É imperativo que estas diferenças não signifiquem mais desastres e mortes em decorrência do clima. Precisamos ser ambiciosos na ação ambiental e iguais nesse combate.
Esse desafio não é algo que se restringe ao Brasil. Por isso, lancei na COP26, junto com parlamentares de mais oito países da América Latina, o Observatório de Legisladores para a Transição Justa. Nesse espaço de diálogo, compartilharemos as melhores práticas e construiremos ações perenes, dando maior atuação aos parlamentos nesta agenda conjunta.
Entendo que só assim poderemos estar à altura que o desafio climático nos impõe. É pelas atuais e futuras gerações que trabalhamos, num grande esforço coletivo, para conter o aquecimento global, a crise climática e suas consequências. A defesa do Meio Ambiente não é uma pauta de esquerda ou de direita, mas de bom senso, de todos e todas que se preocupam e desejam salvar a nossa casa maior, o Planeta Terra.
Artigo originalmente publicado no jornal O Povo
