Na sessão do plenário da última quarta-feira (9), o senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH), apresentou voto de repúdio ao deputado federal Kim Kataguiri (Podemos-SP) por apologia ao nazismo.
O deputado é acusado de fazer apologia ao nazismo durante a apresentação do Flow Podcast, ao lado do influenciador Monark, afastado do programa após fazer a mesma defesa de Kataguiri.
“Foram declarações criminosas em que defende o direito de existência de partidos de orientação nazista, numa clara demonstração de desrespeito e intolerância”, afirmou o senador.
Ao apresentar o voto de repúdio, Humberto mencionou a manifestação de inúmeras entidades judaicas contra a postura do deputado. “É inaceitável que um representante do povo brasileiro defenda um regime intolerante que matou mais de 6 milhões de judeus, que prega a supremacia racial e o extermínio daqueles que são por eles julgados inferiores como ciganos, militantes de esquerda, pessoas com deficiência, mandados a campos de concentração, às vezes submetidos a experimentos pseudocientíficos ou simplesmente eliminados”, lamentou o senador.
Segundo ele, “a liberdade de expressão termina quando começa a vigorar o Código Penal, quando começa a se atacar a Constituição. Não se pode falar em liberdade de expressão para quem defende como princípio o fim da liberdade de expressão e da própria democracia”.
Para Humberto Costa, o presidente Bolsonaro tem culpa nesse processo de naturalização do nazismo. “Tudo isso está acontecendo em grande parte por causa de um presidente da República que é tolerante com a intolerância. Bolsonaro teve participação em páginas neonazistas no período em que foi deputado federal. Recebeu, na condição de presidente, a principal líder do partido neonazista alemão”, lembrou o senador.