O banco tem previsão para começar a operar a partir de 2016 e contará com um capital inicial de US$50 bilhões para financiar projetos de infraestrutura sustentáveis sob os pontos de vista econômico, social e ambiental. Esse capital, no entanto, poderá chegar a até US$100 bilhões, por meio de captações.
O novo banco irá administrar fundos especiais de investimentos, segundo informou o Ministro da Fazenda, Guido Mantega. Um desses fundos especiais de investimentos será destinado a projetos de infraestrutura. Na avaliação do governo brasileiro, há carência de projetos, e uma saída para os efeitos da crise mundial seria justamente aumentar os investimentos nessa área.
Aníbal lembrou que os Brics terão 55% do controle do banco, o que caracteriza uma situação de igualdade de condições. Cada um dos cinco países terá uma cota de US$10 bilhões. “A intenção é formatar um modelo que evite que as decisões da instituição tenham pesos diferentes”, explicou.
“A influência dos Brics (na economia mundial) é expressiva. Hoje, esse bloco formado por cinco países detém quase 43% da população mundial – são 42,6% da população mundial – e possui um PIB somado de US$14 trilhões”, enfatizou o senador, lembrando que a estimativa é de que, até o fim desta década, os BRICS alcancem um Produto Interno Bruto combinado de US$25 trilhões.
O senador acriano lembrou ainda que a reunião desta terça-feira tem, também, outros objetivos. Os líderes dos Brics assinarão três acordos. Um para a criação do Arranjo de Contingente de Reservas, uma espécie de fundo com US$ 100 bilhões, para ajudar a resolver problemas nas economias dos países do bloco; um acordo de cooperação entre as respectivas seguradoras de crédito à exportação; e um convênio entre os bancos de fomento – no Brasil, a instituição será o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Papel político
“Especialistas avaliam que, com essas novas medidas e com o novo banco de desenvolvimento, os Brics passarão a assumir um novo patamar de institucionalização e se fortalecerão como um grupo de países que reivindicam um importante papel político”, antecipou Aníbal.
Além disso, deverá atuar de forma positiva sobre a atual arquitetura internacional e no processo de reformas de instituições como Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial.
“Essa reunião terá uma importância muito grande na discussão do sistema de governança, soberania e busca de saídas estratégicas para esses países que enfrentam problemas sociais e econômicos, apesar da diferença cultural desses países, mas que têm problemas comuns que estão permanentemente na pauta dessas reuniões da alta cúpula dos países que formam o BRICS”, concluiu.