A honraria foi instituída pelo Senado, em 2013, por iniciativa dos senadores Paim e Lídice da Mata (PSB-BA) e essa será a primeira edição da premiação. Este ano, o conselho recebeu 20 indicações. Elas podem ser feitas por senadores, deputados federais e entidades que desenvolvem atividades relacionadas à cultura negra.
Os cantores e compositores Gilberto Gil e Martinho da Vila e o ator Milton Gonçalves integram a lista de sete personalidades que receberão a Comenda. Serão agraciados ainda o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Benedito Gonçalves; a militante do movimento negro, Edna Almeida Lourenço, conhecida como Ekdje Edna de Oiyá; e o professor e economista Silvio Humberto dos Passos Cunha, fundador do Instituto Cultural Steve Biko.
O líder jangadeiro Francisco José do Nascimento, o “Dragão do Mar”, símbolo da resistência popular cearense contra a escravidão e considerado um expoente na luta abolicionista, receberá in memoriam a Comenda Abdias Nascimento, por indicação do líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT/CE).
Abdias Nascimento
A comenda leva o nome do jornalista e ex-senador, Abdias Nascimento, que morreu em 2011, aos 97 anos. Ele é uma referência no Brasil quando se trata de igualdade racial. Em 1948, junto com amigos, fundou o jornal O Quilombo, que deu voz a grupos sociais alijados da grande mídia.
Com a edição do Ato Institucional Nº 5, em 1968, Abdias Nascimento foi para o exílio e ficou 13 anos longe do Brasil. Ele foi senador pelo estado do Rio de Janeiro entre 1997 a 1999. Assumiu a cadeira no Senado após a morte de Darcy Ribeiro, em fevereiro de 1997.
Veja quem são os homenageados:
Francisco José do Nascimento (in memoriam) – Francisco José do Nascimento, o “Dragão do Mar”, nascido em Canoa Quebrada, Aracati, Ceará, em 15 de abril de 1839 e falecido em Fortaleza, em 5 de Março de 1914, é considerado um expoente na luta abolicionista. O “Dragão do Mar” ajudou na libertação de escravos na então província do Ceará em 25 de março de 1884, quatro anos antes da abolição da escravatura no país.
Benedito Gonçalves – Nasceu em 30 de janeiro de 1954, no Rio de Janeiro (RJ). É formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e se especializou em Direito Processual Civil. Desembargador Federal desde 1988, assumiu o cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça em 2008. Foi indicado pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) por seus méritos e relevância do trabalho desenvolvido como magistrado, competência e conhecimento jurídico.
Gilberto Gil – Gilberto Passos Gil Moreira nasceu em 26 de junho de 1942, em Salvador (BA). O compositor, cantor, multi-instrumentalista, político, escritor, ambientalista e empresário é autor de 59 discos e 28 livros e já recebeu inúmeros prêmios, incluindo o Grammy Latino. A sugestão de seu nome partiu do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE).
Martinho da Vila – Também indicado pelo senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), Martinho José Ferreira nasceu em 12 de fevereiro de 1938, em Duas Barras (RJ). O senador lembra que Martinho foi o primeiro sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias vendidas.
Edna Almeida Lourenço – Natural de Campinas (SP), onde nasceu em 13 de novembro de 1951, Edna é conhecida como Ekdje Edna de Oiyá. É militante do movimento negro e fundadora da Coordenação do Grupo Força da Raça. Foi indicada pela deputada federal Janete Pietá (PT-SP).
Milton Gonçalves – O ator e escritor nasceu em Monte Santo de Minas (MG), em 9 de dezembro de 1933. Com mais de 70 longa metragens e 80 novelas no currículo, é também conhecido como militante do movimento negro. Foi indicado pelo deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ).
Silvio Humberto dos Passos Cunha – Indicado pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA), ele nasceu em Salvador (BA). Possui título de doutor em economia pela Universidade Federal de Campinas (USP) e mestre pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). É professor assistente da Universidade de Santana (BA) e fundador e atual diretor de comunicação do Instituto Cultural Steve Biko, que atua na valorização da comunidade negra.A honraria é uma homenagem a pessoas que lutaram para proteger a cultura afro-brasileira.
Com informações da assessoria de imprensa do senador José Pimentel e da Agência Senado