
“Em que pesem as divergências, tivemos uma longa trajetória juntos. Fomos deputados estaduais, entre 91 e 95. Juntos, fizemos um trabalho como oposição e juntos compartilhamos ações e ideias. Depois, em 98, quando fui candidato a senador na chapa de Miguel Arraes,tive a oportunidade de aprofundar a convivência com Eduardo”, relatou. Miguel Arraes era avô de Campos e um dos principais mentores políticos tanto de Eduardo Campos quanto de Humberto.
O líder também lembrou a participação dos dois no segundo turno das eleições do ano 2000, quando se uniram para garantir a prefeitura do Recife para o petista João Paulo. “Depois, dividi com Eduardo a alegria de ser ministro do governo Lula”, recordou. Humberto ocupou o ministério da Saúde e Eduardo Campos, o da Ciência e Tecnologia.
“Em 2006, numa campanha difícil, em que ambos fomos candidatos ao Governo e tínhamos, os dois, o apoio de Lula, estive com Eduardo Campos no segundo turno e depois, em seu segundo governo, tornei-me Secretário de Cidades”, recordou.
Humberto lembrou que, mesmo sendo um pouco mais velho e mais experiente como político, aprendeu muito com Campos. “Ele deixa uma lacuna enorme para o povo de Pernambuco”, disse, lembrando que o candidato do PSB estava se formando como líder político e articulador.
“Tivemos muitos momentos e oportunidades de estar juntos e, hoje, é com profundo pesar e sentimento que me solidarizo, em nome da liderança do PT, do partido e da presidenta Dilma, com a família do governador Eduardo Campos que, junto com a doutora Renata, formava uma bonita família”.
O líder lembrou também os outros passageiros do voo, falecidos no acidente. “Perdi outros amigos: o Carlos Percol, que foi secretário adjunto de imprensa , casado com uma jornalista competente e preparada, a Cecília Ramos; o Alexandre Severo, um dos maiores fotógrafos do Brasil; e o Paulinho Valadares, sobrinho do senador Antônio Carlos Valadares”, citou.
Também mencionou a coincidência de que Eduardo Campos tenha falecido exatamente no dia em que se completam nove anos do falecimento de seu avô, Miguel Arraes – “um grande companheiro que tivemos também”, disse.
“O legado que Eduardo nos deixa é muito importante e nos deixa uma sensação de prematuridade, já que ele, certamente, teria muito a crescer como líder político”, afirmou o líder.
“Perde o Brasil, a esquerda brasileira e todos nós, de Pernambuco”, concluiu.
Giselle Chassot