Diante de mais um escândalo no governo, agora envolvendo o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco e o presidente Bolsonaro, os senadores Jean Paul Prates (PT-RN), Jaques Wagner (PT-BA) e Zenaide Maia (Pros-RN) solicitaram nesta segunda-feira (27) ao ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida, cópia dos arquivos de mensagens, inclusive em aplicativos, de celulares corporativos usados pelos presidentes da Petrobras desde 2019 e os registros das reuniões do Conselho Administrativo da estatal.
O objetivo é apurar comentários atribuídos a Castello Branco sobre “pressão criminosa” exercida por Bolsonaro e seus ministros, conforme denúncias que vieram à tona neste domingo (26) pelo portal Metrópoles e pela coluna Radar, da revista Veja.
Segundo o portal, o ex-presidente da empresa chegou a se referir a Bolsonaro com “presidente psicopata” e revelou em grupo de aplicativo de mensagens que, em seu celular corporativo, “tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo [a Bolsonaro]” e que fez questão de “devolver [o aparelho] intacto para a Petrobras”.
Já a coluna Radar relata o testemunho de quem participou da última reunião do Conselho com participação de Castello Branco, em que ele teria descrito “em detalhes as pressões ilegítimas que sofreu de Bolsonaro e seus ministros” e contado sobre as “pressões de um ministro para ampliar a verba de publicidade a uma emissora de TV amiga do governo”. A coluna se refere ao ex-presidente da estatal como possível “homem-bomba” da gestão Bolsonaro.
“As notícias, provenientes de fontes distintas mas convergentes em seu sentido, apontam para a existência de material probatório apto a elucidar a polêmica, determinando a existência ou não de ameaças à alta burocracia da Petrobras por parte do Poder Executivo, incluindo mensagens direcionadas pelo próprio Presidente da República”, afirmam Jean Paul Prates, Jaques Wagner e Zenaide Maia.
“Todo mundo sabe que o presidente Bolsonaro achaca diariamente a empresa que ele deveria ajudar a nortear, mas é importante saber exatamente quais crimes ele cometeu, ou se realizou ameaças pessoais”, esmiuçou Jean Paul nas redes sociais. “Não precisa ser economista para saber que a presença de Bolsonaro no governo é um perigo à economia brasileira, faz desvalorizar nossa moeda por suas bobagens e prejudica a inflação. É importante que se esclareça exatamente o dano que Bolsonaro impôs à empresa e ao Brasil”, completou.
O senadores Paulo Rocha (PA), líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE) também reagiram às denúncias. “Psicopata. Assim é definido Bolsonaro pelo ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco, após revelar que mensagens e áudios em celular corporativo poderiam incriminar o presidente. O Brasil tem o direito de saber qual é o conteúdo dessas mensagens”, defendeu.
“Roberto Castelo Branco chamou o Bolsonaro de ‘psicopata’. O Brasil quer saber o conteúdo dessas mensagens. Fala tudo!”, cobrou Humberto. “O Brasil quer saber o conteúdo das mensagens e áudios do celular corporativo do ex-presidente da Petrobras. Agora, vamos saber quais crimes o Bolsonaro cometeu”, disse Rogério.