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Publicação de portaria confirma “auxílio picolé” de Bolsonaro

Como Lula e o PT vêm alertando, benefícios criados pelo atual governo têm prazo de validade e vão desaparecer logo depois das eleições, ao contrário das políticas permanentes de transferência de renda criadas pelos governos do PT
Publicação de portaria confirma “auxílio picolé” de Bolsonaro

Arte: Site do PT

A publicação da portaria que regulamenta o aumento do Auxílio Brasil e outros benefícios à população, na quarta-feira (20), confirmou as intenções eleitoreiras e egoístas de Jair Bolsonaro.

Como vêm alertando Lula e o PT, as medidas só valem até o fim do ano, ou seja, pouco depois das eleições. “A família beneficiária do Programa Auxílio Brasil receberá o benefício complementar (…) para as referências de agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro de 2022”, informa um dos artigos da Portaria MC 797.

Não por acaso, a proposta de emenda à Constituição que criou os benefícios foi logo apelidada de PEC Picolé. Dura pouco e, no fim, as famílias mais pobres ficam só com o palito na mão (veja vídeo abaixo).

 

Mal planejado e insuficiente

Além do caráter eleitoreiro, o benefício é mal planejado e insuficiente, alertam especialistas. Diferentemente do Bolsa Família, que era baseado em análises periódicas para atender as necessidades específicas de cada família, o Auxílio Brasil paga benefícios padronizados.

“O Auxílio Brasil de R$ 600 é transitório. O cálculo, a informação que ele usa para decidir o valor, é simples, mas não atende as necessidades diferentes de cada família”, observa Marcelo Neri, economista e pesquisador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), em entrevista ao portal Yahoo!.

Outro ponto criticado é que o valor de R$ 600 chega tarde demais. É importante lembrar que após o Congresso aprovar um auxílio emergencial nesse valor em 2020, Bolsonaro barrou a sua prorrogação para 2021, deixando 25 milhões de famílias completamente desamparadas. Após quatro meses de abandono, apenas parte dessas famílias voltou a receber um auxílio que partia de míseros R$ 250. No final do ano passado, o governo extinguiu o Bolsa Família e criou no lugar o Auxílio Brasil, que a partir de janeiro incorporou o auxílio e foi a R$ 400, ainda sem atender a todas as famílias necessitadas, como fazia o programa Bolsa Família, criado por Lula.

Só agora, perto das eleições, o governo se esforça para voltar ao valor de R$ 600, que hoje valem muito menos do que valiam dois anos atrás. Levantamento da Rede Brasileira de Renda Básica mostra que, em 2020, a cesta básica em São Paulo custava R$ 577. Hoje, sai por mais de R$ 770, o que tem feito famílias comprarem sobras de alimentos nos supermercados.

“Mesmo que os valores sejam ampliados, o problema de garantia mínima continua”, explica, ao Yahoo!, Paola Carvalho, representante da RBRB.

Bondade de genocida?

As informações trazidas pelos especialistas comprovam que Bolsonaro faz o pior tipo da velha política: aquela que despreza a população e tenta, quando a eleição se aproxima, comprar o voto do povo.

Bolsonaro não combateu o desemprego, parou de dar aumento real do salário mínimo como faziam Lula e Dilma, deixou a inflação dos alimentos disparar e tratou com desprezo o auxílio emergencial e o Bolsa Família. Agora, a menos de três meses de o povo ir às urnas, acena para os mais pobres, caminhoneiros e taxistas com um benefício que vai acabar daqui a pouco.

É por isso que Lula tem recomendado à população que pegue o benefício (o PT, inclusive, votou a favor dos auxílios), mas não acredite em Bolsonaro. “Na dá, a essa altura do campeonato, para a gente acreditar em bondade desse genocida que não teve coragem sequer de colocar vacina no momento em que a ciência determinava que tinha vacina”, discursou Lula na quarta-feira, em Serra Talhada (PE).

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