Foto: Gislane Azevedo
O descaso e o despreparo do governo de Bolsonaro com a gestão de programas sociais para o povo brasileiro resultou na humilhação de milhares de pessoas empurradas para filas quilométricas em busca de benefícios, que são direitos.
Na tentativa de atualizar o cadastro e receber os benefícios, brasileiros e brasileiras esperavam atendimento em frente aos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) dos municípios do interior e nas capitais. Nesta sexta-feira, 14, terminaria o prazo para atualização de dados no Cadastro Único (CadÚnico).
Pelo menos 263 mil pessoas não conseguiram atualizar os dados e correm o risco de perder benefícios como o Auxílio Emergencial, Auxílio Brasil, Benefício de Prestação Continuada (BPC), a Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE), entre outros concedidos às famílias de baixa renda.
“Governo cruel e desumano”
A ex-ministra de Desenvolvimento Social, Tereza Campello, afirma que “o governo Bolsonaro é um governo cruel e desumano como é o presidente”.
“Ele não está nem um pouco preocupado com a fome, com a população ou com as filas. Passou o ano todo negando que existia fome no Brasil, questionou os dados. Quando chega na época das eleições, ele aumenta o benefício, mas preocupado mesmo ele está com as eleições e não com a fome. O que estamos vendo é reflexo dessa atitude desumana que se espalha pelo Brasil inteiro”.
Tereza explica que os desmandos de Bolsonaro que geraram as imensas filas no CadÚnico são resultados de cortes no orçamento de valores mínimos necessários para a manutenção dos CRAS.
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Ele relembra que nos governos de Dilma e Lula foram construídos mais de 7 mil centros no Brasil, com estruturas para que funcionassem e tivessem financiamento junto com as prefeituras, em parceria.
“Já Bolsonaro cortou 70% do valor mínimo para que esses equipamentos funcionassem. Para ano que vem, ele cortou mais 99%”.
Tereza também destacou entre os desmontes a falta de articulação do governo federal com as prefeituras para atender a população, além da total desinformação do povo, que gera insegurança e as pessoas acabam indo para as filas desesperadas. “Elas dormem nas filas e enfrentam situações de humilhação”.
“O que o Bolsonaro faz é Bolsa Boca de Urna, gerando confusão gigantesca na ponta e deixando a população ainda mais vulnerável”.
Neste ano, apenas as famílias com cadastros que foram atualizados pela última vez em 2016 ou 2017 foram convocadas para atualizar os dados no Cadastro Único. As famílias que atualizaram dados pela última vez em 2018 ou 2019 serão convocadas nos próximos anos.
Documentos necessários
O beneficiário pode ir a um Cras ou posto do Cadastro Único para atualizar seus dados. Mas os governos federal ou municipal também podem convocar as famílias, por meio de cartas, extratos ou telefonemas, a fazer a atualização.
O Responsável Familiar (RF) precisa levar os seguintes documentos: o CPF, de preferência, ou Título de Eleitor. Somente as famílias indígenas e quilombolas são dispensadas dessa obrigatoriedade e podem apresentar qualquer outro documento.
Para as demais pessoas da família: o RF deve apresentar pelo menos um desses dos documentos para cada componente familiar: CPF, de preferência; ou Certidão de Nascimento; ou Certidão de Casamento; ou Certidão Administrativa de Nascimento do Indígena (RANI) – para indígenas que possuem apenas esse documento; ou Carteira de Identidade – Registro Geral de Identificação (RG); Carteira de Trabalho e Previdência Social; ou Título de Eleitor.
Aplicativos
A população poderá verificar se seus dados cadastrais estão atualizados ou não pelo aplicativo do Cadastro Único ou na versão web através do endereço cadunico.cidadania.gov.br. Para atualização é necessário estar logado no sistema Gov.BR. Dentro do aplicativo ou na versão web é exibida a opção de Atualização Cadastral por Confirmação.
O aplicativo pode ser baixado por meio das lojas de aplicativos Apple Store e Play Store ou acessado na sua versão web através do endereço cadunico.cidadania.gov.br.
(Com informações da CUT)
