Ao acompanhar o presidente Lula em viagem à Argentina, nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que os dois países estão discutindo formas de facilitar o comércio entre si.
Entre as medidas, está a criação de uma moeda comum que será utilizada apenas para transações comerciais entre os dois países. Não se trata, portanto, de acabar com o real ou com o peso, mas de criar uma moeda apenas para operações de importação e exportação.
Para explicar melhor o tema, o Ministério da Fazenda publicou um tira-dúvidas em seu site (acesse aqui). Abaixo, explicamos os pontos mais importantes.
Por que é importante cuidar do comércio entre Brasil e Argentina?
A Argentina é o terceiro país para o qual o Brasil mais exporta seus produtos, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Trata-se, portanto, de um parceiro importantíssimo para a economia brasileira.
Porém, nos últimos anos, quando ficamos sob um governo que não cuidou como devia da relação com a Argentina, a China começou a ocupar um espaço importante, que o Brasil não pode perder.
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— Ministério da Fazenda (@MinFazenda) January 24, 2023
Essa moeda comum é como o euro, adotado na Europa?
Não. Não se trata de uma moeda única para ser usada por Brasil e Argentina. Tanto o real quanto o peso continuarão existindo e sendo as moedas oficiais dos dois países. Essa nova moeda só vai ser utilizada nas exportações e importações.
Como a criação de uma moeda comum pode favorecer o comércio dos dois países?
Hoje, o comércio entre os dois países se dá por meio do dólar. Isso pode gerar problemas, porque nem sempre há dólares suficientes no mercado, o que pode, em alguns casos, inviabilizar alguns negócios entre os dois países.
Além disso, o peso argentino hoje não é bem aceito no mercado internacional atualmente, porque o país vizinho sofre com um processo inflacionário grave. Não é vantajoso, portanto, para um empresário brasileiro que exporta para a Argentina receber em pesos, porque aquele valor pode se desvalorizar rapidamente.
Uma nova moeda, com valor mais estável, é uma boa solução, pois evita tanto o problema de uma eventual escassez de dólares quanto o problema da desvalorização do peso argentino.