Um discurso emocionado de Lula encerrou as comemorações do aniversário de 43 anos do PT, na noite de segunda-feira (13), em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, onde se reuniram lideranças do partido, aliados e milhares de militantes vindos de diferentes cantos do Brasil (veja no vídeo a seguir a íntegra do evento).
Em vários momentos, o presidente discursou com a voz embargada e lágrimas nos olhos, como quando lembrou da solidariedade que recebeu da militância no momento mais crítico da história do partido: o de sua prisão injusta em 2018.
“Eu quero agradecer aquela vigília porque, sem ela, eu não estaria aqui. Pessoas que eu não conhecia e se dispuseram, durante 580 dias, a enfrentar chuva, sol, provocação. Era bom dia, Lula; boa tarde, Lula; boa noite, Lula. Pois hoje eu quero desejar, em liberdade e presidente da República: bom dia, Brasil; boa tarde, Brasil; boa noite, Brasil. Pois voltamos para governar com respeito aos mais pobres e para recuperar a democracia em toda a sua essência”, bradou.
“Existimos para melhorar a vida do nosso povo”
Foram vários os momentos em que Lula chorou e fez chorar. Lembrou a dificuldade que foi criar o PT em 1980 e mantê-lo de pé desde então. Homenageou companheiros que já se foram e lamentou a situação difícil e indigna dos brasileiros provocada pelos seis anos que se seguiram após o golpe de 2016.
Lula também pediu para estar nas orações de todos, porque ainda deseja viver muito mais. “A vida é o dom mais importante que Deus nos deu e nós temos que aproveitá-la da melhor forma possível. E a melhor maneira é a gente ter uma causa, uma razão para viver. E qual razão melhor do que a gente contribuir para melhorar a vida do povo brasileiro? Do que garantir que aqueles índios ianomâmis não morram? Do que fazer com que não tenha mais crianças e pessoas dormindo debaixo de viadutos?”
Mudar essa situação é a razão pela qual o PT existe, lembrou Lula. “A razão da nossa existência é melhorar a qualidade de vida do nosso povo. Não é a gente viver bem, a gente ganhar as coisas. É a gente repartir. Felicidade, ou a gente reparte, ou a gente perde, porque não é possível a gente ser feliz sozinho. Por isso temos de estender a mão às pessoas que mais necessitam da gente. Por isso temos de ter um olhar mais meigo, mais fraterno, mais carinhoso com essas pessoas”, disse.