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Comissão aprova reconhecer guerreiras de Tejucupapo como heroínas da pátria

Homenagem é a primeira batalha armada protagonizada por mulheres no país
Comissão aprova reconhecer guerreiras de Tejucupapo como heroínas da pátria

Homenageadas em projeto de Teresa Leitão (PT-PE), heroínas de Tejucupapo foram lembradas até mesmo no juramento de posse no Senado da parlamentar. Foto: Alessandro Dantas

A primeira batalha armada protagonizada por mulheres no Brasil está mais próxima de ser reconhecida oficialmente como um episódio heroico e merecedor da admiração do país. Nesta terça-feira (23/5), a Comissão de Educação, Cultura e Esporte aprovou o Projeto de Lei 1.393/2023, de autoria da senadora Teresa Leitão (PT-PE), que inscreve as guerreiras de Tejucupapo no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.

A proposta é uma homenagem às heroínas da então Vila de São Lourenço de Tejucupapo, hoje situada na cidade de Goiana, Zona da Mata norte de Pernambuco. Em 1646, elas ajudaram a expulsar 600 holandeses da região. Como armas, usaram itens como paus, panelas, água fervente e tudo mais que tivessem à disposição contra os invasores, que tentaram saquear a localidade.

“A lembrança de Tejucupapo fortalece o significado da luta coletiva das mulheres por sobrevivência, contra retrocessos e por mais direitos. Orgulho de Pernambuco e fundamental na história do Brasil, a valorização desse episódio ajuda a resgatar o lugar da mulher na história, na luta por liberdade e pela transformação da sociedade”, destacou Teresa Leitão, no projeto.

A identificação da senadora com as heroínas de Tejucupapo é tão forte que, em 2 de fevereiro deste ano, quando tomou posse, ela as citou em seu juramento de posse: “Pela democracia, pelo povo de Pernambuco, pelas mulheres de Tejucupapo!”, afirmou, à época.

Pouco reconhecimento

Presidente da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, Humberto Costa (PT-PE) destaca que o feito é histórico e de maior relevância, mas que poucos no país o conhecem.

“Queria ressaltar a importância desse resgate que a senadora Teresa Leitão está fazendo. Não apenas de Pernambuco, mas das mulheres, também. Mulheres que, com a fibra que têm a pernambucana, venceram uma batalha fundamental para que os holandeses mais à frente pudessem ter sido expulsos”, lembra o parlamentar.

A Batalha de Tejucupapo assinala uma das primeiras derrotas dos holandeses, que invadiram a região Nordeste em 1630 e foram expulsos em definitivo em 1654 – após a chamada Insurreição Pernambucana, movimento contra o domínio holandês na então Capitania de Pernambuco.

“É um fato de grande importância que esse episódio histórico tenha se tornado uma tradição oral consolidada na região, dando lugar, mais recentemente, a festejos que revivem a corajosa resistência das heroínas de Tejucupapo, incluindo emocionantes encenações ao ar livre”, explicou a relatora da matéria, senadora Jussara Lima (PSD-PI).

Caso não haja manifestação dos senadores, a matéria segue para a Câmara dos Deputados.

O livro

O Livro de Heróis e Heroínas da Pátria trata-se de uma obra com páginas de aço, localizado no Panteão da Pátria Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

A obra reúne nomes que entraram para a história nacional e, para fazer parte da coletânea, é preciso que o Senado e a Câmara dos Deputados aprovem um projeto de lei com o pedido de inclusão.

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