O resgate da integração da América do Sul ganha novo contorno nesta semana em Brasília, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe 11 autoridades do continente para debater o fortalecimento da região.
“O presidente Lula inicia a Cúpula da América do Sul com chefes de estados e lideranças políticas. O prestígio internacional do Brasil está de volta”, celebrou a senadora Teresa Leitão (PT-PE) nas redes sociais.
Para ele, a América do Sul precisa trabalhar como bloco para enfrentar mazelas que afligem todo o continente. “Não é possível um país sozinho resolver seus problemas, que perduram centenas de anos. Estamos há 500 anos sempre lidando com a pobreza. Se estivermos juntos, somos 450 milhões de pessoas. Como bloco, podemos negociar com muito mais força”, esclareceu.
“Temos que trabalhar com nossos vizinhos na construção de parcerias pelo desenvolvimento econômico da região, fortalecimento de laços culturais e na defesa da democracia”, completou.
Nesse contexto, teve destaque nesta segunda (29/5) a visita oficial ao Palácio do Planalto do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, com quem o governo Bolsonaro havia rompido relações diplomáticas por questões ideológicas.
“O preconceito com a Venezuela é muito grande. Na campanha, havia muitos discursos contra. Diziam que o Brasil iria virar Venezuela, enquanto, na verdade, só queremos que o Brasil seja Brasil. Nós recuperamos o direito de fazer política de relações internacionais com a seriedade que sempre fizemos, sobretudo com os países que fazem fronteira com o Brasil”, afirmou o presidente Lula.
“Temos pressa de retomar as relações com a Venezuela e toda a América do Sul. Nossos ministros têm que conversar mais, empresários dos dois países devem conversar mais, universidades devem falar mais de ciência e tecnologia. É preciso que os empresários brasileiros voltem a investir na Venezuela e na América do Sul e restabelecer mecanismos auspiciosos de cooperação como já tivemos”, disse.
Ele lembrou que essa postura da gestão anterior gerou retrocesso econômico. “Nossa relação comercial já teve um fluxo de 6 bilhões de dólares, hoje é de 2 bilhões. Isso é ruim para a Venezuela e para o Brasil. Mas a relação entre nossos países também pode ser cultural, econômica, de troca de ciência e tecnologia, no combate ao narcotráfico em nossas fronteiras”, destacou.
Além de Maduro, deverão participar do encontro nesta terça (30/5) os presidentes Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname) e Luís Lacalle Pou (Uruguai). A presidente do Peru, Dina Boluarte, será representada pelo presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola.