Na próxima terça-feira (27/6), a CPMI do Golpe vai ouvir o coronel Jean Lewand Júnior, na condição de testemunha. Ele é um dos envolvidos no escândalo das mensagens golpistas encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lawand foi convocado na condição de testemunha para falar na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os ataques antidemocráticos às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
De acordo com reportagem da revista Veja no dia 15 de junho, o convocado teria trocado mensagens golpistas a Mauro Cid em dezembro do ano passado.
Nos diálogos, Lewand pede a Cid que convença Bolsonaro a dar um golpe de Estado. No dia 7 de dezembro, por exemplo, o coronel escreve ao braço direito do ex-presidente: “Cadê a ordem Cid? Pelo amor de Deus. Convença o 01 a salvar esse país. Abraço”.
Além de não o repreender, Cid ainda responde o golpista com “estamos na luta”.
Ainda em dezembro, no dia 10, Lewand e Cid tiveram outra conversa de teor golpista. “Cid, pelo amor de Deus, o homem tem que dar a ordem! Se a cúpula do EB [exército brasileiro] não está com ele, de divisão pra baixo está. Assessore e dê-lhe coragem. Pelo amor de Deus”, disse o subchefe do Estado-Maior.
Na sequência, o braço direito de Bolsonaro disse: “Muita coisa acontecendo… passo a passo…”. Lawand respondeu novamente: “Excelente”.
Jean Lewand chegou a ser condecorado durante o governo Bolsonaro, em março de 2021.
Outro convocado
A comissão também vai ouvir, na próxima segunda-feira (26/6), o ex-comandante do Departamento de Operações (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) coronel Jorge Eduardo Naime. Ele foi preso após os acontecimentos golpistas no início do ano.
O PM é investigado no âmbito do inquérito que apura suposta omissão de autoridades diante dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.