Nos últimos seis meses, 3 milhões de famílias brasileiras saíram da pobreza graças ao Bolsa Família. Com isso, das 21,47 milhões de famílias contempladas pelo programa, 19,7 milhões (ou 92%) estão fora da linha da pobreza.
Trata-se do maior índice de famílias beneficiárias fora da pobreza em toda a história do Bolsa Família, que completa 20 anos em outubro. Em janeiro, quando Lula assumiu a Presidência, essa taxa estava em 79%.
Os dados, apresentados na terça-feira (26), durante seminário sobre o programa no Rio de Janeiro, são de um estudo feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Banco Mundial, em parceria com o Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
Mudanças para melhor
Quando recriou o Bolsa Família, em março passado, o presidente Lula atualizou os valores que definem as situações de pobreza e de extrema pobreza no Brasil. Assim, passou a ser considerado extremamente pobre quem vive com até R$ 109 por mês, e pobre, quem conta com renda entre R$ 109 e R$ 218. A mudança permitiu que mais pessoas fossem incluídas no programa.
Outra novidade importante foi a de retomar o pagamento de valores diferenciados para as famílias, dependendo de suas configurações (no Auxílio Brasil de Jair Bolsonaro, todas recebiam R$ 600, independentemente do tamanho).
Assim, além do mínimo de R$ 600 e dos extras de R$ 150 para crianças com menos de 7 anos e de R$ 50 para gestantes e pessoas de 7 e 18 anos, o governo passou a dar um mínimo de R$ 142 por pessoa, o que faz com que nenhuma família fique abaixo da linha de extrema pobreza (clique aqui e entenda como funciona o Bolsa Família hoje).
Essas alterações foram fundamentais para os bons resultados observados no estudo, afirmou o diretor adjunto de Estudos Sociais do Ipea, Rafael Osório. “Há um aumento significativo do número de beneficiários que conseguem deixar a linha de pobreza de R$ 218 por pessoa. Ou seja, essas famílias estão ganhando o suficiente para, com recursos próprios mais a transferência de renda do programa, sair da pobreza”, disse.
Mobilidade social entre gerações
Foi apresentado no seminário também um estudo, coordenado pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), que focou os benefícios do Bolsa Família para a primeira geração de crianças beneficiadas pelo programa.
Segundo a análise, cujos resultados foram publicados há duas semanas, 64% dos meninos e meninas que estavam nas famílias atendidas em 2005 se tornaram adultos que não precisam receber o benefício.
O ministro de Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, destacou a importância desse dado: “O que foi apresentado aqui hoje aponta um resultado animador. Quando a gente olha os filhos e as filhas das famílias que lá atrás foram as primeiras do Bolsa Família, verificamos mobilidade social. Pessoas melhorando de vida”.
Com informações do MDS