O dia 10 de maio foi anunciado pela grande mídia empresarial como um dia de confronto, como o dia em que o ex-presidente Lula e o juiz Sérgio Moro estariam frente a frente para um suposto ajuste de contas, como se não se tratasse de uma etapa comum de um procedimento investigatório normatizado pela legislação em vigor, mas sim de uma batalha entre dois adversários políticos.
Na verdade, a grande mídia empresarial está expondo cada vez mais o modus operandi da Operação Lava Jato, que através de vazamentos seletivos, da exploração abusiva do instituto da delação premiada e da espetacularização da justiça busca condenar publicamente os investigados antes do julgamento, devassando suas vidas e negando-lhes o direito ao devido processo legal. Dessa forma, mídia e justiça se fundem para instaurar o populismo judicial, com motivações nitidamente políticas.
No interrogatório conduzido pelo juiz curitibano destinado à autodefesa do ex-presidente, Lula deixou claro que está sendo vítima de uma caçada jurídico-midiática, que não existem provas capazes de sustentar as acusações, que a vida de sua família vem sendo devassada há anos e que a sua condenação tende a ser inevitável, pois não será resultado do devido processo legal, mas sim uma exigência do oligopólio da mídia, que tornou o Poder Judiciário refém dos seus holofotes.
Lula tinha o direito de ficar em silêncio, mas optou por falar. No roteiro preestabelecido, Lula deveria chegar a Curitiba derrotado, humilhado, sozinho. Mas o ex-presidente chegou a Curitiba de cabeça erguida, como aquele que ameaça a consolidação do golpe de Estado nas eleições de 2018, como aquele que lidera todas as pesquisas de opinião, acompanhado por uma multidão vinda dos mais diversos e longínquos recantos do país para lhe prestar solidariedade e afirmar que Lula não é apenas um ex-presidente, mas sim a maior e mais respeitada liderança política do povo brasileiro, o melhor presidente da história do nosso país, aquele que encarna a esperança em um país sequestrado pelas forças do atraso.
Quem esteve em Curitiba testemunhou um encontro emocionante entre uma verdadeira liderança popular e milhares de pessoas que repudiam veementemente toda e qualquer forma de injustiça. Milhares de pessoas que confiam em Luiz Inácio Lula da Silva e sabem que ele está sendo perseguido por representar uma ameaça à agenda política e econômica do governo ilegítimo, que pretende anular os direitos trabalhistas, previdenciários e colocar o Estado brasileiro a serviço dos mais ricos.
Seja como for, o povo brasileiro já demonstrou que não será tão simples como eles imaginam. No último dia 28 de abril, o mundo inteiro direcionou o olhar para a maior greve geral da história do nosso país. Ao lado de Lula, dos partidos de oposição ao governo ilegítimo, das centrais sindicais e dos movimentos sociais, vamos intensificar cada vez mais a mobilização e mudar o curso da história, resgatando a democracia via eleições diretas e elegendo um governo comprometido com o desenvolvimento econômico, a inclusão social e a soberania nacional.