Semana passada, o país foi surpreendido pela votação, na Câmara dos Deputados, da urgência para o projeto de lei que autoriza a venda de até 70% da área do pré-sal, correspondente à chamada “cessão onerosa”. São as gigantescas reservas que a União cedeu antecipadamente à Petrobras, em 2010, para capitalizar a empresa.
A venda das reservas pela Petrobrás, como prevê o projeto, é a forma mais rápida de transferir para as multinacionais petroleiras um tesouro que pode conter até 15 bilhões de barris de óleo equivalente. E é também uma forma de driblar o regime de partilha, aumentando os lucros dos estrangeiros.
Além de entregar nossa maior riqueza aos interesses estrangeiros, o projeto de lei é mais um passo do governo golpista para reduzir o patrimônio da Petrobras, facilitando sua privatização. O entreguista Pedro Parente saiu da empresa, mas sua política de destruição da Petrobrás continua em curso.
Um tema dessa relevância não poderia ser tratado de afogadilho, com votações de surpresa e tramitação de urgência no Congresso Nacional. É a mesma velocidade alucinante e irresponsável que tentaram aplicar às vendas da BR Distribuidora, da Liquigás e do Gasoduto, todas suspensas pela Justiça, e que tentam aplicar à privatização da Eletrobrás.
Por que tanta pressa em liquidar o patrimônio nacional? Por que não esperar que um governo legítimo, eleito pela maioria, decida sobre essas questões? Porque sabem que o tempo do golpe está se esgotando.
Sem legitimidade, sem autoridade política, sem um projeto de país e nem um candidato capaz de ser aprovado em eleições, o governo corre para entregar a mercadoria prometida aos interesses econômicos, nacionais e principalmente estrangeiros, que sustentaram o golpe do impeachment de 2016.
Mentiram muito para o país, mas a hora da verdade está chegando. O povo percebeu que foi enganado e só confia em uma saída para a crise: Lula presidente. Porque ele fez o melhor governo da história do Brasil, o único que olhou primeiramente para os mais pobres e os trabalhadores. E podem ter certeza, um governo do Lula jamais permitirá que a destruição continue.